Edu Guedes: entenda os sintomas, fatores de risco e formas de tratamento do câncer de pâncreas

O apresentador Edu Guedes, marido de Ana Hickmann, passou por uma cirurgia para retirada de um câncer no pâncreas nesse sábado (5), no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

Dias antes, o apresentador teria passado mal em decorrência de uma infecção causada por uma crise renal. A gravidade do quadro exigiu cirurgia de emergência, após os rins serem comprometidos.

Câncer de pâncreas

O câncer de pâncreas é uma neoplasia maligna que costuma evoluir de forma silenciosa, sem apresentar sintomas nas fases iniciais. Por isso, na maioria dos casos, o diagnóstico ocorre tardiamente, quando a doença já está em estágio avançado.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de pâncreas representa cerca de 2% de todos os casos de câncer no Brasil e é responsável por 4% das mortes causadas pela doença.

O tipo mais comum da enfermidade é o adenocarcinoma, responsável por até 90% dos casos. Ele se origina no tecido glandular do pâncreas e, na maioria das vezes, afeta a região conhecida como “cabeça do pâncreas”.

Sintomas

A principal dificuldade no diagnóstico é a localização do pâncreas, uma região profunda do abdômen, próxima à coluna vertebral, o que faz com que os sintomas passem despercebidos ou sejam confundidos com outras condições.

De acordo com a oncologista Maria Ignez Braghiroli, pesquisadora do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, a dor nas costas persistente e que melhora ao inclinar-se para frente, a perda de apetite, o emagrecimento sem causa aparente e a icterícia (pele e olhos amarelados) são sinais que devem acender o alerta.

Outros sintomas incluem:

• Dor abdominal que irradia para as costas;
• Coceira pelo corpo;
• Fadiga constante;
• Fezes claras e urina escura.

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Fatores de risco

O câncer de pâncreas é mais comum a partir dos 60 anos e é considerado raro antes dos 30. Fatores comportamentais, como tabagismo, obesidade, consumo excessivo de álcool e dieta pobre em fibras, frutas e vegetais, aumentam o risco de desenvolver a doença.

Além disso, condições como diabetes tipo 2, pancreatite hereditária e síndrome de Lynch também estão associadas a maiores chances de desenvolvimento do tumor.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico costuma ser feito por uma equipe multidisciplinar e pode exigir exames de imagem, como tomografia, ressonância magnética e endoscopia com ultrassom, além de biópsia.

A quimioterapia continua sendo o tratamento principal para a maioria dos pacientes. “O principal tratamento é a quimioterapia. Isso avançou ao longo do tempo, então a gente tem opções que são melhores do que se praticavam há dez, quinze anos. Também há avaliações que individualizam esse tratamento, dependendo das alterações de cada pessoa”, pontua Braghiroli.

Em alguns casos, é indicada a realização de cirurgia para a retirada do tumor.

Prevenção

Evitar fatores de risco é fundamental. O tabagismo, por exemplo, é um dos principais causadores da doença e, muitas vezes, subestimado. “As pessoas associam cigarro apenas ao câncer de pulmão, mas ele também está ligado ao pâncreas e a outros órgãos”, alerta Maria Ignez.

A adoção de hábitos saudáveis, como manter o peso adequado, praticar atividades físicas e seguir uma alimentação equilibrada, também é essencial.

Quando procurar ajuda médica?

Dores persistentes na parte superior do abdômen ou nas costas, perda inexplicada de peso e mudanças repentinas no apetite devem motivar uma avaliação médica.

Quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores são as chances de controle da doença.