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Dia Mundial dos Cuidados Paliativos é comemorado neste sábado (11); saiba tudo

O foco principal dos cuidados paliativos é oferecer conforto físico, emocional, social e espiritual, independente da fase da doença ou da necessidade de tratamento curativo

Cuidados paliativos são uma abordagem interdisciplinar da saúde que tem o objetivo de recuperar a qualidade de vida dos pacientes

Comemora-se neste sábado (11) o Dia Mundial dos Cuidados Paliativos, data criada pela World Hospice Palliative Care Alliance (WHPCA) para promover ações de divulgação da importância desses cuidados no mundo.

Muitos não sabem ou até confundem os cuidados paliativos com outras situações na área médica. Segundo Michele Andreata, médica paliativista, eles são “uma abordagem médica centrada no paciente que busca aliviar o sofrimento e melhorar a qualidade de vida de pessoas com doenças crônicas, graves ou que ameaçam a continuidade da vida”.

O foco principal dos cuidados paliativos é oferecer conforto físico, emocional, social e espiritual, independente da fase da doença ou da necessidade de tratamento curativo. “Eles envolvem não apenas o controle rigoroso de sintomas como dor e falta de ar, mas também o acolhimento integral do paciente e de sua família”, explicou.

A principal importância dos cuidados paliativos “está em proporcionar dignidade e conforto ao paciente, reduzindo o sofrimento e promovendo bem-estar em todas as dimensões da experiência humana”, ainda de acordo com a especialista.

“Ao controlar sintomas e oferecer suporte emocional e social, os cuidados paliativos permitem que o paciente viva da melhor forma possível, mesmo diante de uma doença sem cura. Além disso, auxiliam familiares e cuidadores no enfrentamento do processo de adoecimento e luto, fortalecendo a rede de apoio”, afirmou.

Vale lembrar que esses cuidados são diferentes entre adultos e idosos e adolescentes e crianças. “Em pediatria e adolescência, os cuidados paliativos exigem uma abordagem adaptada à fase de desenvolvimento e ao contexto familiar. A comunicação é feita de forma adequada à idade e o suporte emocional à família é ainda mais intenso, considerando o impacto psicológico e social que o adoecimento de uma criança gera”, explicou a especialista.

Já em adultos e idosos, o foco é no controle de sintomas, autonomia e planejamento de cuidados futuros. “Em todos os casos, o objetivo é o mesmo: oferecer conforto, dignidade e suporte integral”, concluiu.

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Em quais casos são recomendados?

Qualquer paciente com uma doença grave ou potencialmente ameaçadora à vida, independentemente da idade ou do diagnóstico, podem receber tratamentos paliativos.

“Isso inclui, por exemplo, casos de câncer, doenças pulmonares avançadas, insuficiência cardíaca, doenças neurodegenerativas, demência e outras condições crônicas que causem sofrimento significativo. Eles podem e devem ser iniciados precocemente, junto ao tratamento curativo, e não apenas nos estágios finais da doença”, explicou.

Vale lembrar que os cuidados paliativos são interdisciplinares, com a inclusão de médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, assistentes sociais, capelães, entre outros profissionais.

Cuidados paliativos são exclusivos de quem tem câncer?

Muitos podem achar que os cuidados paliativos são exclusivos de quem tem câncer, mas isso não é verdade.

Segundo Andreata, apesar de terem se desenvolvido inicialmente no contexto oncológico, eles podem se aplicar a qualquer doença crônica que traga sofrimento e impacto na qualidade de vida.

“Hoje, pacientes com doenças pulmonares graves, insuficiência cardíaca, doenças renais em estágio terminal, Alzheimer e outras condições também se beneficiam amplamente dessa abordagem”, explicou.

Formada pela PUC Minas, é repórter da editoria de Mundo na Itatiaia. Antes, passou pelo portal R7, da Record.