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Câncer infantil: estudo brasileiro mostra resultados no tratamento de tumor cerebral

Líder nacional de oncopediatria da Oncoclínicas apresentou resultados de um estudo inovador no tratamento do meduloblastoma em encontro internacional

Esse é um tipo de tumor cerebral que surge na infância, sendo mais comum na faixa etária entre 3 e 10 anos

Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) estimam que serão diagnosticados quase oito mil casos de câncer infantojuvenil por ano, entre 2023 e 2025. A doença é considerada a primeira causa de morte por doença em crianças, 8% do total.

Entre os tipos mais comuns de câncer na faixa etária até 19 anos estão tumores do sistema nervoso central, leucemia e linfoma. Ainda existe uma série de tumores mais raros, identificados exclusivamente nos primeiros anos da criança, como o retinoblastoma.

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Sidnei Epelman, líder nacional de oncopediatria da Oncoclínicas, apresentou na Asco 2024, encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, resultados de um estudo inovador no tratamento do meduloblastoma. Esse é um tipo de tumor cerebral que surge na infância, sendo mais comum na faixa etária entre 3 e 10 anos.

“Quando falamos de câncer infantil, estamos nos referindo a um número grande de doenças que são muito diferentes entre si. Até meados dos anos 1970, crianças e adolescentes com neoplasias recebiam o mesmo tratamento que os adultos, apesar de possuírem características biológicas e orgânicas bem distintas. Hoje, o cenário é bem diferente, com linhas de cuidado específicas para essa parcela dos pacientes, o que garante mais sucesso nos resultados”, explica o oncopediatra.

Pesquisa internacional

A pesquisa avaliou 159 pacientes do Brasil e em outros países da América Latina com a doença, entre novembro de 2018 e dezembro de 2023. O trabalho foi destacado no evento pela abordagem inovadora, que permite a personalização do tratamento com base em mutações e vias moleculares específicas dos tumores.

“Por meio da análise genética de amostras tumorais, este mapeamento traz uma visão apurada que possibilita que os médicos adaptem os tratamentos às necessidades individuais de cada paciente, uma prática que tem potencial para transformar o cenário do tratamento de tumores cerebrais pediátricos latino-americanos”.

O método de medicina de precisão mostrado na Asco resulta em tratamentos mais eficazes, menos efeitos colaterais e melhora nas taxas de sobrevida em comparação aos tratamentos padrões. O estudo é resultado de um projeto desenvolvido por intermédio do Laboratório de Patologia e Biologia Molecular da TUCCA, uma associação sem fins lucrativos focada no combate ao câncer na infância, com apoio da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (Sobope).

“É essencial destacar que os mais jovens tendem a ter respostas mais positivas aos tratamentos. O importante é garantir que tenham uma linha de cuidado que contempla não só esse olhar para o câncer, como também para a pluralidade de desafios que a fase de crescimento representa, garantindo a essas crianças e adolescentes as condições para se desenvolverem de forma plena em todos os sentidos”, enfatiza o oncopediatra da Oncoclínicas, Sidnei Epelman.


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Jornalista formada pelo Uni-BH, em 2010. Começou no Departamento de Esportes. No Jornalismo passou pela produção, reportagem e hoje faz a coordenação de jornalismo da rádio Itatiaia.