A atriz mirim Millena Brandão, de 11 anos,
Não se sabe o que causou o abscesso. Familiares e o advogado dos pais da criança suspeitam de negligência por parte de enfermeiros e médicos, que teriam deixado de realizar exames específicos.
O que é abscesso cerebral?
Sheila Martins, presidente da Rede Brasil AVC, explica que trata-se de “uma infecção localizada dentro do cérebro que resulta no acúmulo de pus envolto por uma cápsula inflamatória”. A condição acontece quando microrganismos invadem o tecido cerebral e provoca uma resposta inflamatória intensa. Geralmente, o problema é causado por bactérias.
A doença pode acontecer a partir de infecções próximas ao crânio, como sinusite, otite ou mastoidite, ou por disseminação via corrente sanguínea. O abscesso cerebral é uma condição rara. O diagnóstico é feito a partir de sintomas neurológicos associados a exames de imagem como a tomografia ou a ressonância magnética.
A especialista destaca que “a presença de pus no cérebro pode levar ao aumento da pressão intracraniana, o que compromete o funcionamento normal das estruturas cerebrais. Além disso, existe o risco de o abscesso se romper e causar infecções ainda mais graves, como meningite ou ventriculite”, por isso o caso é tão grave.
Como é feito o tratamento?
Devido ao risco e à complexidade do caso, Sheila Martins ressalta que “o tratamento do abscesso cerebral deve ser iniciado com urgência, idealmente assim que o diagnóstico é confirmado”. Uma das formas de combater essa condição é usando antibióticos intravenosos, administrados por pelo menos 6 a 8 semanas, geralmente em ambiente hospitalar.
Nos casos em que o abscesso provoca grande compressão cerebral ou não responde ao tratamento com antibióticos, “pode ser necessária a drenagem cirúrgica do pus, com o objetivo de aliviar a pressão e remover a infecção diretamente”, explica a médica.
Além disso, nos casos em que o abscesso é causado por outras infecções, "é essencial identificar e tratar a causa primária da infecção, seja ela uma sinusite, otite, infecção dentária ou endocardite”, diz a especialista.