O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), defendeu, nesta quinta-feira (2), que seu vice, Mateus Simões (Novo), mude de partido para disputar o governo do estado na eleição do ano que vem. Simões é a aposta de Zema como herdeiro do cargo e tem avançado nas conversas com o PSD para trocar de legenda para a disputa eleitoral de 2026.
Em coletiva de imprensa, Zema afirmou que Simões é seu braço direito e que as últimas eleições mostraram que houve mudanças de cenário que reforçam a necessidade de movimentações partidárias para garantir a vitória nas eleições. No caso do vice, o governador considerou que em outro partido, ele poderia ter mais tempo de rádio e TV, além de contar com uma bancada maior de prefeitos e deputados.
“Em 2018, houve uma eleição excepcional. Em 2022, o Novo já se aliou com nove partidos, que foi a minha reeleição. E, agora, nós estamos tendo um contexto diferente. O importante é manter as mesmas propostas. Simões é meu braço direito, é uma pessoa extremamente competente. E a ida dele para um outro partido visa deixar o cenário eleitoral mais definido, com um partido maior”, pontua.
O governador ressaltou, contudo, que os planos para Minas Gerais “estão traçados” e continuam os mesmos, independente da legenda à qual Simões estiver filiado. Então, não afeta em nada essa mudança de sigla. É igual você meio que mudar a placa de um carro, não terá grandes efeitos na prática, mas aumenta também muito a chance de ser eleito, já que ele vai ter mais tempo de TV, de rádio, uma bancada de prefeitos, de deputados maiores ao lado dele”, afirmou.
Simões tem cautela e PSD abre as portas
O vice-governador Mateus Simões tem mantido conversas com o PSD, e até participou de um evento de filiações da sigla em Belo Horizonte no dia 15 de setembro. Em entrevista à Itatiaia, Simões já afirmou que o partido é importante para sustentar votações na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, mas não cravou a saída do Novo.
Para Simões migrar para o PSD, é preciso que haja posicionamento não só do presidente nacional da sigla, Gilberto Kassab, mas também do senador Rodrigo Pacheco, que integra os quadros do partido e é apontado como candidato de Lula (PT) ao governo de Minas.
Pacheco, contudo, também vislumbra uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF), tendo em vista a possível aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso.