Vereadores da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) que são contra a proposta da prefeitura de
Segundo dados apresentados pelo vereador Dr. Bruno Pedralva (PT), que lidera a busca por diálogo com a prefeitura, em 2023, quando a presença da Guarda Municipal ainda não era obrigatória, os casos gerais de violência em postos de saúde somaram 1.351 registros, caindo para 1.099 no ano seguinte, quando a prefeitura já havia determinado a presença da guarda. Isto significa uma redução de 18,6%.
Ainda segundo o vereador, como em alguns episódios são praticados mais de um tipo de violência, se olharmos os registros por tipo de agressão, os dados totais são 2.133 episódios em 2023, contra 1.670 em 2024, uma redução de 21,71%.
O vereador apresenta números que demonstram que nesta mesma comparação entre 2023 e 2024, os casos de violência verbal caíram de 1.052 para 872 - uma queda de 23,3% - e os registros de agressão física tiveram uma redução de 33,57%.
Reunião com o prefeito
Quanto a reunião, a ideia é que ela aconteça com a presença do prefeito Álvaro Damião e outros secretários. O parlamentar apresentou dados disponibilizados pela Secretaria Municipal de Saúde, através da Mesa Permanente de Negociação do SUS, levantados no final do mês passado.
Segundo Bruno Pedralva, ressalta que momentos de crise na saúde pública, como pandemias e alta de doenças que pressionam o sistema, consequentemente, há aumento no número de episódios de violência dentro das unidades.
“Importante destacar também que a gente observa claramente que momentos de epidemias, de alta demanda assistencial, como por exemplo, durante epidemia de dengue, durante as ondas por novas variantes de Covid, durante surtos de doenças respiratórias, os episódios de violência aumentam em função da alta demanda, do maior tempo de espera. E esses números de 2024, ano em que a guarda permaneceu durante todo o período fixa nas unidades de saúde, poderiam ter sido menores caso a gente não tivesse enfrentado a epidemia de dengue, que foi a maior epidemia de dengue da história de Belo Horizonte do Brasil. Então, certamente os números aumentaram durante esse período”, afirmou à reportagem.
O vereador diz ainda que os números comprovam a necessidade de manter os profissionais nas unidades de saúde. “A nossa luta é para que a gente tenha um agente de segurança fixo nas unidades de saúde e esses dados, comparando o ano de 2023 em que a gente não tinha guarda com o ano de 2024 que a gente tinha guarda presente nas unidades de saúde, deixa claro que a presença fixa de um agente de segurança diminui os episódios de violência, em especial os episódios mais graves, as agressões físicas e também as ameaças”, disse o vereador.
PBH confirmou retirada de guardas
A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informou em 25 de agosto que deve efetivar a saída de agentes da Guarda Municipal dos centros de saúde até o fim do ano. Segundo o prefeito Álvaro Damião, uma das alternativas pensadas é a contratação de lideranças comunitárias que ajudariam a manter a ordem e o atendimento nestas unidades.
O chefe do Executivo argumentou que a principal causa dos problemas relacionados a violência nos centros de saúde é o estresse do usuário, e não ocorrências causadas por outras circunstâncias, como roubos, por exemplo.
A reportagem da Itatiaia solicitou um posicionamento da prefeitura diante dos dados apresentados pela Câmara, mas ainda aguardamos retorno.