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O advogado do ex-ministro da Defesa, Andrew Fernandes Farias, adotou uma estratégia distinta da de outros réus.
“O general Paulo Sérgio atuou para demover o presidente de caminhar por qualquer medida de exceção. A inocência do general Paulo Sérgio, segundo a delação, o depoimento da principal testemunha de acusação, é manifesta”, declarou Farias nesta quarta-feira (3). O advogado disse ainda que o general se mostrou desconfortável diante da possibilidade de adoção de “medidas de exceção” e que, em reunião realizada em 2022, aconselhou Bolsonaro sobre a impossibilidade de reverter o resultado das eleições.
A defesa já havia mencionado, em alegações anteriores, declarações do próprio Mauro Cid e de oficiais como o ex-comandante da Aeronáutica, que indicariam resistência de Nogueira a qualquer movimento golpista. Nas peças, os advogados descrevem o ex-ministro como parte da ala “moderada” do governo, alinhado ao então comandante do Exército, general Freire Gomes, e em atrito com integrantes considerados mais radicais, como o general Braga Netto.
A Procuradoria-Geral da República (PGR), por sua vez, atribui a Nogueira papel central no período final do governo. A denúncia sustenta que o ex-ministro apresentou, em reunião com os comandantes militares em 14 de dezembro de 2022, uma minuta de decreto que poderia abrir caminho para intervenção golpista. O órgão também aponta que o general reforçou a narrativa de fraude eleitoral ao divulgar nota oficial do Ministério da Defesa questionando, sem provas, a confiabilidade das urnas eletrônicas.