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Tarifaço: Haddad avalia ambiente favorável a negociações e minimiza escolha por Rubio

Alinhado à direita brasileira, secretário de Estado americano foi designado por Trump para negociar com o Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira (7) que espera um ambiente mais favorável para avançar em negociações com os Estados Unidos sobre o tarifaço aos produtos brasileiros após a conversa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o chefe do Executivo americano, Donald Trump.

“Na nossa opinião, uma coisa que realmente não faz sentido, são dois países que têm uma longa tradição de cooperação, e a conversa foi muito boa ontem, nessa direção, né? Então, eu acredito que vai abrir, vai distensionar e vai abrir um espaço para uma conversa franca, uma conversa produtiva”, declarou o chefe da equipe econômica, em entrevista ao programa “Bom dia, Ministro”, da EBC.

Haddad irá aos Estados Unidos na próxima semana para reunião do G20, Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional (FMI). Ele sinalizou que diante da aproximação entre Brasília e Washington pode haver espaço para uma nova conversa com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent.

Para o ministro, pesou para a Casa Branca o impacto negativo que a falta de produtos brasileiros trouxe para a economia norte-americana.

“Eles estão com o café da manhã mais caro, eles estão pagando o café mais caro, eles estão pagando a carne mais cara, eles vão deixar de ter acesso a produtos brasileiros de alta qualidade no campo também da indústria, e eles estão notando, de dois meses para cá, que as medidas mais prejudicaram do que favoreceram os Estados Unidos”, defendeu.

Haddad minimizou ainda a escolha do secretário de Estado, Marco Rubio, como responsável pelas negociações do lado americano. O chefe da diplomacia da Casa Branca tem sido, até aqui, um dos mais fortes opositores ao governo brasileiro e próximo da família Bolsonaro.

“Independentemente de quem seja designado para negociar em nome do governo dos Estados Unidos, eu penso que a diplomacia brasileira, com os argumentos que tem, vai saber superar esse momento, que foi um equívoco muito grande”, pontuou o ministro.

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Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.