Oposição apresenta emendas que podem inviabilizar privatização da Copasa

Parlamentares do bloco dizem que ideia é proteger o patrimônio do estado; base avalia que emendas podem travar venda

Oposição na ALMG apresenta emendas que podem inviabilizar privatização da Copasa

A oposição ao governo Romeu Zema (Novo) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) protocolou, nesta quarta-feira (03), quatro emendas ao projeto de lei da privatização da Copasa. A avaliação de deputados da base, segundo apuração da Itatiaia, é que, se aprovadas, as medidas podem inviabilizar a venda da Companhia.

Os parlamentares do bloco opositor argumentam que o objetivo é evitar riscos ao patrimônio público e impedir que o controle do saneamento caia nas mãos de empresas sem capacidade ou idoneidade.

As emendas estabelecem uma série de restrições a possíveis compradores. Entre elas, impedimentos para empresas cujos dirigentes tenham atuado na Copasa ou em estudos da própria privatização, proibição para companhias que tenham comprado ou vendido mais de 3% das ações da estatal em 2025, exigência de metas mínimas de cobertura de água e esgoto já cumpridas em outros contratos e barreiras a empresas com elevado endividamento.

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A avaliação entre deputados da base é de que a combinação desses critérios elimina praticamente todos os grupos que poderiam disputar o controle da estatal e, se aprovados, as regras inviabilizam o leilão.

À reportagem, o deputado Professor Cleiton (PV), porém, defende a estratégia e afirma que as emendas buscam impedir riscos ao serviço e ao patrimônio dos mineiros.

“As emendas feitas pelo bloco têm a intenção de proteger o patrimônio do povo mineiro, que é a Copasa, de eventuais negociatas escusas com empresas suspeitas. A água é de extrema importância para a população e um direito fundamental. O controle desse bem não pode cair nas mãos de quem não terá condições de cumprir o que o governo vem prometendo, o que inviabilizaria um direito essencial do povo mineiro”, disse.

Segundo o parlamentar, as exigências são necessárias para garantir que, caso a privatização avance, apenas empresas com histórico de qualidade, capacidade técnica e saúde financeira possam disputar.

O projeto de privatização da Companhia de Saneamento já foi aprovado em primeiro turno. O texto voltou a tramitar nas comissões da Casa antes de seguir para o segundo turno.

Graduado em jornalismo e pós graduado em Ciência Política. Foi produtor e chefe de redação na Alvorada FM, além de repórter, âncora e apresentador na Bandnews FM. Finalista dos prêmios de jornalismo CDL e Sebrae.

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