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Tarifaço: Haddad acusa EUA de ‘má vontade’ nas negociações

Ministro da Fazenda disse que tratativas não avançam porque governo Trump impõe condição ‘constitucionalmente impossível’ ao Brasil

Ministro Fernando Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (18) que existe uma “má vontade” do governo americano em negociar sobre o tarifaço de 50% aos produtos brasileiros que foi imposto pela presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

“Pairava no ar uma dúvida: será que o governo brasileiro está disposto a negociar? Será que o governo brasileiro está fazendo gestão diplomática? Nós quisemos dissipar essa dúvida, demonstrando cabalmente, até por documentos, que a má vontade não partia do Brasil, mas que a mal vontade partia dos Estados Unidos”, afirmou Haddad.

A declaração de Haddad aconteceu durante evento promovido pelo jornal Financial Times e o canal Times Brasil, em São Paulo.

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A fala se refere ao cancelamento de uma reunião entre Haddad e o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent na última semana.

Segundo o ministro, houve uma articulação da extrema direita em Washington para impedir que o encontro virtual ocorresse.

“O que nós quisemos demonstrar, semana passada, primeiramente, era que não faltava, por parte do governo do Brasil, iniciativa no sentido de buscar uma aproximação com o governo dos Estados Unidos”, completou Haddad.

Ainda durante sua fala no evento, Haddad afirmou que as negociações com os Estados Unidos não têm avançado porque o governo de Trump impõe uma condição “constitucionalmente impossível” ao Brasil.

“Hoje nós temos documentos oficiais demonstrando que a negociação só não ocorre porque os Estados Unidos estão tentando impor ao Brasil uma solução constitucionalmente impossível, que é o Executivo se imiscuir em assuntos de outro poder, que é o Poder Judiciário”, complementou Haddad.

Haddad avaliou ainda que, diante do tarifaço, haverá uma redução do comércio bilateral com o país norte-americano.

Repórter de política em Brasília, com foco na cobertura dos Três Poderes. É formado em Jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB) e atuou por três anos na CNN Brasil, onde integrou a equipe de cobertura política na capital federal. Foi finalista do Prêmio de Jornalismo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) em 2023.
Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.