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STF tem maioria contra liminar de Barroso que permitia enfermeiros atuar em aborto legal

Sete ministros divergiram de Luís Roberto Barroso, que concedeu liminar favorável à participação de enfermeiros em aborto legal em seu último voto como ministro do STF

Supremo Tribunal Federal

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria contra a medida cautelar de Luís Roberto Barroso que, em seu último voto como ministro do tribunal na noite de sexta-feira (17), liberou enfermeiros e técnicos de enfermagem para atuar na realização do aborto legal.

Até o momento são sete votos contra o posicionamento de Barroso e contra a liberação dos enfermeiros na realização do aborto legal. Votaram nesse sentido Gilmar Mendes, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Kassio Nunes Marques, André Mendonça, Alexandre de Moraes e Dias Toffoli.

Veja mais: Descriminalização do aborto: o que está em discussão no Supremo e o que pode mudar

O ministro Gilmar Mendes foi o primeiro a votar e divergiu do relator. Os ministros Cristiano Zanin, Flávio Dino, Nunes Marques, André Mendonça, Alexandre de Moraes e Dias Toffoli acompanharam a divergência.

O julgamento ocorre em plenário virtual até a próxima sexta (24).

Último voto de Barroso

Barroso havia concedido liminar autorizando enfermeiros e técnicos de enfermagem a auxiliar no aborto legal, quando realizado por meio de medicamentos e nas fases iniciais da gestação — o que estaria dentro de suas competências. Isso significa que os profissionais não poderiam ser punidos criminalmente por auxiliar nos procedimentos.

O ministro justificou o voto dizendo que reconhecer a limitação do aborto apenas aos médicos contribui para o “vazio assistencial” e a violação de direitos fundamentais de meninas e mulheres vítimas de violência sexual.

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Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.