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STF forma maioria para rejeitar todos os recursos do núcleo central do golpe

Moraes afirmou que os pedidos das defesas demonstram apenas “inconformismo” com o resultado e não apontam falhas na decisão da Corte, o voto do relator foi seguido por Cristiano Zanin e Flávio Dino

Julgamento na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF)

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria de votos nesta sexta-feira (7) para rejeitar e manter a condenação de todos os recursos apresentados pelos réus do núcleo crucial do processo sobre uma tentativa de golpe.

O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, votou para rejeitar todos os recursos e foi seguido integralmente pelos ministros Cristiano Zanin e Flávio Dino. Como o julgamento acontece nas turmas, o placar de três votos a zero é suficiente para formar maioria.

Moraes rebateu ponto a ponto os argumentos das defesas, afirmando que os recursos “demonstram apenas inconformismo com o resultado” e não apontam erros ou contradições na decisão.

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Os recursos começaram a ser julgados nesta sexta-feira (7) no plenário virtual, formato em que não há debate entre os ministros — apenas o depósito dos votos.

Em setembro, o STF condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão. A primeira Turma também condenou outros sete aliados do ex-presidente:

  • Alexandre Ramagem: 16 anos e 1 mês de prisão;
  • Almir Garnier: 24 anos de prisão;
  • Anderson Torres: 24 anos de prisão;
  • Augusto Heleno: 21 anos de prisão;
  • Mauro Cid: 2 anos de prisão em regime aberto;
  • Paulo Sérgio Nogueira: 19 anos de prisão;
  • Walter Braga Netto: 26 anos de prisão.

Apenas o ex-ajudante de ordens Mauro Cid não recorreu, pois firmou acordo de delação premiada, que garantiu a redução de sua pena.

Próximos passos

Após o julgamento desses primeiros recursos (embargos de declaração), as defesas ainda poderão apresentar um segundo recurso, também avaliado pelos ministros. A expectativa, porém, é que ambos sejam negados.

Somente depois da análise desse segundo recurso será declarado o trânsito em julgado, tornando as condenações definitivas e permitindo o início do cumprimento das penas.

Repórter de política em Brasília, com foco na cobertura dos Três Poderes. É formado em Jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB) e atuou por três anos na CNN Brasil, onde integrou a equipe de cobertura política na capital federal. Foi finalista do Prêmio de Jornalismo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) em 2023.