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‘Só vamos ter êxito no combate ao crime organizado usando inteligência’, diz chefe do MPMG

Procurador-Geral do Estado, Paulo de Tarso Morais Filho, falou sobre operação Custos Fidelis e desafios no combate às facções criminosas

Procurador-Geral do Estado, Paulo de Tarso

O Procurador-Geral de Justiça, Paulo de Tarso Morais Filho, considera que o uso da inteligência e a troca de informação entre as forças de segurança e os órgãos de fiscalização são fundamentais para o combate às facções criminosas que atuam no Brasil.

Em entrevista ao quadro Dia a Dia da Política, o chefe do Ministério Público em Minas Gerais falou sobre os bastidores da Operação Custos Fidelis, deflagrada na semana passada pelo MP, com a participação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), com o apoio da Polícia Civil e do Gaeco do Amazonas

O objetivo da ação foi combater a lavagem de dinheiro oriunda do tráfico de drogas comandado pela organização criminosa Família Teófilo Otoni, afiliada ao Comando Vermelho.

“Bastidores tensos. O MP vem investigando esse caso faz um ano e meio. Uma investigação delicada. Combater o crime organizado não é simples. Fruto de um trabalho hercúleo e contundente das forças de segurança. Nós desenvolvemos algumas atividades que nos permitiram chegar no coração das facções criminosas”, afirmou.

“Lidar com organizações criminosas, só vamos conseguir êxito se trabalhar com inteligência. Isso demanda estudo, conhecer a organização, trocar informações. Isso nos permitiu chegar a essa operação, com bloqueio de R$ 18 bilhões de ativos”, detalhou Paulo de Tarso.

O chefe do MP em Minas comentou ainda a preocupação sobre o avanço das organizações criminosas sobre entidades econômicas e políticas do país.

“Todas as instituições de segurança devem agir de forma conjunta. O MP está aberto ao diálogo com todas as instituições e assim tem sido. Na operação do MP nós vimos que eles tinham um mecanismo de lavagem de dinheiro em peixaria, fornecimento de gás, uma diversidade muito grande. O poder público tem que estar equipado para garantir que essas organizações não avancem para o poder político”, disse Paulo de Tarso.

Veja entrevista completa do PGE, Paulo de Tarso

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Jornalista, doutora em Ciência Política e pesquisadora