A CPMI do INSS inicia esta segunda-feira (29) com foco nos depoimentos de dirigentes de associações e advogados suspeitos de envolvimento no esquema bilionário de desvio de recursos da Previdência. O senador Carlos Viana (Podemos-MG) antecipou que a comissão dará prioridade a nomes diretamente ligados às irregularidades, deixando servidores públicos para etapas posteriores.
O primeiro a ser ouvido é o diretor-geral da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), Carlos Roberto, entidade que está entre as quatro maiores beneficiadas pelos repasses e que, segundo o parlamentar, teria relação com a venda de um avião a um deputado e o uso de emendas parlamentares.
De acordo com Viana, Camisotti tem ligação direta com Fernando Cavalcante, suspeito de envolvimento em lavagem de dinheiro. O senador citou, como exemplo, uma adega pertencente a Cavalcante, avaliada em R$ 7 milhões. “Esse patrimônio precisa ser esclarecido. De onde vem o dinheiro? Dinheiro dos aposentados?”, questionou.
Para a quinta-feira (2), também estão previstos depoimentos do atual ministro da Previdência, Wolney Queiroz, e de representantes da Controladoria-Geral da União (CGU), além de uma testemunha que tem vários aviões em seu nome, mas declara sobreviver com menos de R$ 2 mil por mês. “Ele terá que explicar como assinou documentos ligados a voos suspeitos e operações incompatíveis com sua renda”, completou Viana.