“Essas organizações
“Nós conseguimos identificar e fazer as diversas prisões necessárias, inclusive de pessoas envolvidas nessas ações, com desdobramentos em Belo Horizonte, inclusive, que tem um vínculo forte com essa atuação criminosa, principalmente no Morro das Pedras”, completou o coronel.
A operação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) cumpriu, nesta quarta-feira (24), mais de 120 mandados de prisão, busca e bloqueio de bens contra a organização criminosa.
A coletiva de imprensa foi realizada na tarde desta quinta-feira (25), no prédio da Unidade de Combate ao Crime e Corrupção (UCC) no bairro Santo Agostinho, Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
“Essa operação ataca a parte de administração, a liderança, dividida em núcleos operacionais, núcleo financeiro, de administração e logística. E hoje ela culmina com a prisão de lideranças nesses núcleos, com capacidade de articular a atuação dessa organização”, afirmou o coronel Oliveira.
Segundo ele, as facções agiam também em outros estados, como o Amazonas.
“Houve uma forte atuação em Teófilo Otoni visando a desarticulação da quadrilha, mas com mobilização em todo o estado, inclusive em Belo Horizonte, e no estado do Amazonas, onde ocorria a lavagem do dinheiro para a aquisição de mais drogas e chegasse até Minas Gerais, onde aconteceria a distribuição”, explicou.
A operação continua
O coronel Maurício garantiu, ainda, que a Polícia Militar seguirá presente nas localidades alvo e que a operação seguirá em andamento.
“O Morro das Pedras tem um forte vínculo com Teófilo Otoni e a instalação da FTO. Então nós combatemos em BH, combatemos em Teófilo Otoni, manteremos uma saturação de policiamento nos pontos cruciais no Morro das Pedras enquanto não tiver tranquilizada a situação.
A PM estará 24h por dia em operação contínua a partir de hoje. Continuaremos com a operação de visibilidade e presença em Teófilo Otoni para garantir a segurança e a tranquilidade da população local. Essa operação não tem um fim em si mesma. Ela começou em 2023 e não termina hoje”, afirmou.
Operação ‘Custos Fidelis’
A operação ‘Custos Fidelis’, do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), cumpriu, nessa quarta-feira (24), mais de 120 mandados de prisão, busca e bloqueio de bens contra a facção Família Teófilo Otoni (FTO), ligada ao Comando Vermelho.
Números da operação Custo Fidelis
A ação teve como foco combater a lavagem de dinheiro e a expansão do grupo, que atua com violência e movimenta cifras milionárias.
No total, foram bloqueados R$ 223,5 milhões em contas bancárias e criptoativos, dentro de uma estrutura financeira que movimentava mais de R$ 18 bilhões.
Balanço da operação: 48 mandados de prisão; 84 mandados de busca e apreensão em Minas, Amazonas, Rio de Janeiro e Espírito Santo; 83 ordens de bloqueio de contas; 8 veículos apreendidos e bloqueio de um imóvel de luxo em Alagoas, avaliado em R$ 3,9 milhões.
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Segundo as investigações, a facção funcionava como uma “empresa do crime”, com setores de logística, finanças e grupos armados.
Em menos de um mês, a FTO teria adquirido R$ 8,4 milhões em drogas diretamente de fornecedores do Amazonas. Para lavar o dinheiro, o grupo usava empresas de fachada em ramos como gás, internet, câmbio e, principalmente, comércio de pescados.
Cada empresa movimentava cerca de R$ 25 milhões por ano, com depósitos vindos de várias partes do país, incluindo Teófilo Otoni e Belo Horizonte.
Bandidos fortemente armados gravaram vídeo provocando rivais e autoridades
Em abril de 2024,
Autoridades confirmaram a veracidade do vídeo. Contudo, não se sabe onde o conteúdo foi gravado. A suspeita é de que tenha sido filmado no RJ.
“Vamos explodir tudo. Se chegar perto do ‘paizão’, vai ganhar tiro. Estado, não se intromete em guerra nossa não, valeu?”, ameaçou um dos homens.
Um indivíduo de camisa preta, armado com um fuzil, foi identificado pelas autoridades como “Andinha” ou “Bala”, chefe da facção em Teófilo Otoni. Foragido da Justiça, ele é um dos criminosos mais procurados de Minas e estaria escondido na Rocinha no Rio, na capital carioca.