A secretária de Estado de Meio Ambiente, Marília Melo, afirmou nesta quinta-feira (25) que a pasta vem cumprindo todas as determinações da Justiça em relação às investigações sobre irregularidades na mineração em Minas Gerais. Segundo ela, servidores já foram afastados e uma auditoria independente está sendo contratada para apoiar a revisão dos processos. “Precisamos de uma avaliação isenta para identificar alguma possível avaliação irregular dos atos”, disse.
Marília também informou que uma operação de fiscalização foi iniciada para identificar atividades irregulares na Grande BH e no interior, e que a secretaria está trabalhando em conjunto com a Advocacia-Geral do Estado. “A partir das avaliações dos nossos técnicos em campo vamos apresentar ações que garantam a recuperação dessas áreas”, afirmou. A secretária destacou ainda que a Semad atua com transparência nos Termos de Ajustamento de Conduta, vai revisar decretos citados nas investigações e acompanha o processo de tombamento da Serra do Curral.
Segundo ela, “a investigação não pode macular toda uma classe. Não compactuamos com corrupção, nosso esforço tem sido em aumentar a transparência dos processos”.
A audiência pública da Comissão de Direitos Humanos contou
Deputados da base do governo saíram em defesa da secretária. Duarte Bechir (PSD) afirmou que Marília Melo sofreu ameaças e não pode ser julgada neste momento. Já Gustavo Valadares (PMN) disse que os parlamentares estão abertos ao diálogo com os servidores e destacou que parte das irregularidades teve origem em gestões anteriores.
A discussão acontece no contexto da Operação Rejeito, deflagrada pela Polícia Federal em 17 de setembro. A investigação apura uma suposta organização criminosa acusada de fraudar processos de licenciamento ambiental para mineração de ferro no estado, com mais de 60 empresas envolvidas. Até agora, foram cumpridos 79 mandados de busca e apreensão e 22 de prisão preventiva.