Relatório da ‘nova lei do impeachment’ deve ser apresentado nesta segunda-feira (8)

Projeto relatado pelo senador Weverton Rocha estava parado desde 2023 e ganha novo fôlego em meio à disputa de competências entre STF e Senado

O senador Weverton, vice-líder do governo Lula no Senado

O senador Weverton Rocha (PDT-MA) pode apresentar ainda nesta segunda-feira (8), à noite, ou na manhã desta terça-feira (9), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, o parecer sobre o projeto de lei que modifica a Lei do Impeachment, em vigor desde 1950. A informação foi confirmada pela assessoria do parlamentar. A proposta, de autoria do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ex-presidente do Senado, estava paralisada na Casa desde agosto de 2023.

O tema voltou a ser discutido após uma decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, que restringiu ao procurador-geral da República a possibilidade de apresentar pedidos de impeachment contra ministros da Corte. A liminar gerou reação no Congresso e reacendeu a discussão sobre os limites do Judiciário e a autonomia do Legislativo nesse tipo de processo.

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O parecer de Weverton deve atingir três pontos principais. O primeiro é a retomada de outros possíveis autores de pedidos de impeachment contra ministros do STF, como a Ordem dos Advogados do Brasil, sindicatos e cidadãos comuns, desde que haja respaldo popular para a iniciativa.

Outro ponto previsto no relatório é a criação de um prazo máximo de até 15 dias para que pedidos de impeachment sejam analisados, com o objetivo de evitar o engavetamento dessas solicitações no Senado, uma crítica recorrente nos bastidores da Casa.

Por outro lado, o senador deve manter em seu texto um ponto central da decisão de Gilmar Mendes: a exigência de maioria qualificada, ou seja, de dois terços dos votos dos senadores, para a abertura de um processo de impeachment contra ministros do Supremo. A legislação atual prevê maioria simples.

Mesmo com a proposta em discussão no Senado, a decisão de Gilmar Mendes já está em vigor. No entanto, ela ainda precisará ser referendada ou derrubada pelo plenário do STF, que começa a analisar o tema em ambiente virtual a partir da próxima sexta-feira (12).

Aline Pessanha é jornalista, com Pós-graduação em Marketing e Comunicação Integrada pela FACHA - RJ. Possui passagem pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação, como repórter de TV e de rádio, além de ter sido repórter na Inter TV, afiliada da Rede Globo.

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