A menos de um ano para as eleições de 2026, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode ter pelo menos 17 ministros disputando o pleito.
Os titulares das pastas têm até 4 de abril do próximo ano para decidir seu futuro político, quando termina o prazo para desincompatibilização, ou seja, a exigência de que candidatos com cargos públicos deixem os postos para evitar que haja abuso de poder econômico ou político.
Senado
Dentre os possíveis candidatos a uma das duas vagas no Senado que estarão em disputa no ano que vem, está o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD). Em 2022, o mineiro buscou a reeleição na Casa Alta, mas ficou em segundo lugar, com 35,79% dos votos, tendo perdido o posto para Cleitinho Azevedo (Republicanos).
Correligionário de Silveira e senador licenciado pelo Mato Grosso, o ministro Carlos Fávaro (PSD), da Agricultura, é pré-candidato à reeleição e conta com o apoio de Lula
“Quero agradecer a dedicação do companheiro Fávaro. Com esse diploma, ele garantiu o ministério até começo do ano que vem para depois sair e ser candidato”, afirmou o petista, em junho, durante a entrega do certificado da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) ao Brasil como país livre de febre aftosa sem vacinação.
Outro integrante de partido do Centrão que já se apresentou para a disputa a uma das duas vagas de Pernambuco no Senado é o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos).
“Estou pronto, preparado e disposto para representar Pernambuco no Senado”, declarou o deputado licenciado em entrevista à Rádio Folha, em junho.
Mesmo sendo da mesma legenda do governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), um possível candidato contra Lula na disputa pelo Planalto, Silvio já afirmou que estará “ao lado” do petista.
Situação parecida vivem os ministros do Turismo,
Um dos mais próximos ao presidente, o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), também deve disputar uma cadeira na Casa Alta pela Bahia, como o próprio petista admitiu em entrevista à rádio Salvador FM, na última terça-feira (7).
“Meu nome está colocado sim para uma vaga ao Senado. Conversei com o presidente Lula. Ano que vem são duas vagas ao Senado, cada Estado brasileiro tem duas vagas, e vou colocar meu nome a uma dessas duas vagas. Ocupo o cargo de ministro e, portanto, para ser candidato, tenho que sair do governo até final de março, início de abril”, afirmou.
Apesar da disposição, uma eventual candidatura de Rui passa por um acordo que envolve os outros dois postulantes ao cargo que podem disputar a reeleição: o também petista Jaques Wagner, líder do Governo no Senado, e o senador Angelo Coronel (PSD), aliado do presidente na Bahia.
Ainda na ala petista, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também é cotado para entrar na briga pelo Senado em São Paulo ou ao governo do Estado. Ele, no entanto,
Câmara
Do outro lado do Congresso, três já declararam abertamente a intenção de tentar uma vaga na Câmara: Paulo Teixeira (PT), do Desenvolvimento Agrário, Luiz Marinho (PT), do Trabalho – ambos deputados licenciados e que tentarão reeleição –, e Wolney Queiroz (PDT), da Previdência, que busca voltar à Casa.
Já Anielle Franco (PT), da Igualdade Racial, afirmou ao jornal Folha de S. Paulo que avalia a possibilidade de concorrer tanto à Câmara quanto ao Senado. A ministra tem base eleitoral no Rio de Janeiro.
Há indefinições em relação a outros três ministros:
- Gleisi Hoffmann (PT), das Relações Institucionais, que pode disputar a reeleição como deputada;
- Jader Filho (MDB), das Cidades, cotado para ser um dos representantes do Pará na Câmara;
- André de Paula (PSD), da Pesca, um possível candidato à Casa por Pernambuco.
Governo estaduais
Atual ministro dos Transportes e senador licenciado, Renan Filho (MDB) lidera as pesquisas para o governo de Alagoas. Ele já comandou o Palácio República dos Palmares por dois mandatos, de 2015 a 2022.
Já Márcio França (PSB), ministro do Empreendedorismo, é cotado para retornar ao governo de São Paulo, cargo que ocupou por oito meses em 2018, com a renúncia do então chefe do Executivo paulista, Geraldo Alckmin, para disputar o Planalto naquele ano, à época pelo PSDB.