O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, o senador Carlos Vianna criticou mais uma vez a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que concedeu
Alessandro Stefanutto, é filiado ao PDT e foi indicado, em julho de 2023, para a chefia da autarquia previdenciária pelo aliado e ministro Carlos Lupi. Foi afastado do cargo em abril deste ano e depois demitido da função em abril deste ano pela Justiça, após a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) realizarem uma operação conjunta contra fraudes no INSS.
Durante fala antes do início da sessão, o presidente da CPMI questionou a sucessão de decisões judiciais que vêm garantindo habeas corpus a investigados no caso.
“Mais um habeas corpus concedido pelo Supremo, dessa vez ao senhor Alessandro Stefanotto, afastado pela Justiça, não pelo governo. Tem ou não tem muito o que dizer esse senhor?”, afirmou o parlamentar. Ele também destacou a gravidade dos indícios apurados pela comissão, mencionando casos de descontos indevidos em benefícios de pessoas já falecidas e até tentativas de fraudes envolvendo crianças.
“Entidades pediram duzentas e quatro mil vezes descontos de pessoas que morreram. Crianças de nove anos tiveram assinaturas falsificadas para autorizar descontos. O Coaf identificou movimentações financeiras muito acima da renda de servidores”, afirmou. O deputado reforçou que, apesar das decisões judiciais que limitam os depoimentos, a comissão seguirá investigando o esquema de corrupção no instituto, que, segundo ele, desviou “milhões dos aposentados brasileiros”.
“A população quer respostas. E nós vamos atrás delas. Ninguém vai calar a verdade. Uma hora, alguém vai falar. Porque, até agora, só tem poderoso se defendendo”, concluiu.
O depoimento de Alessandro Stefanotto está mantido para esta segunda-feira, mas ele deve permanecer em silêncio amparado pela decisão do STF.
A CPMI investiga fraudes bilionárias em contratos e operações financeiras ligadas ao sistema de consignados do INSS.