As investigações sobre as
A avaliação foi feita pelo presidente e pelo relator da CPMI, o senador Carlos Viana (Podemos-MG) e o deputado federal Alfredo Gaspar (União - AL), que afirmam que a atuação da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal mantém o avanço das apurações.
O relator da comissão declarou que há resistência política dentro do colegiado, mas que isso não interrompe o trabalho investigativo: “Infelizmente, existem alguns criminosos blindados pela base governista na CPMI, é uma vergonha. Isso mostra, infelizmente, que no Brasil ainda se existe bandido de estimação. Mas nós vamos avançar, mesmo contra essa blindagem e contra outros obstáculos, a exemplo dos abscorpios concedidos pelo Supremo Tribunal Federal”.
Segundo Alfredo Gaspar, a Polícia Federal e o Supremo têm atuado de forma conjunta, realizando um grande trabalho: “Polícia Federal por determinação do ministro André Medonça do STF também tem prestado um grande trabalho. A partir de fevereiro voltaremos com muita determinação de impor responsabilidade a esses bandidos. Chega, o Brasil não aguenta mais de tanta impunidade
Já o presidente da comissão, destaca que apesar da blindagem, o que os parlamentares da base não contavam era com o trabalho da CPMI, da PF e do STF de forma integrada: “A base do governo blindou os requerimentos, ou seja, foi contra a convocação dessas pessoas específicas, porque eles já sabiam que o depoimento poderia trazer desgastes ao governo dentro da CPMI, tornaria pública a relação de pessoas ligadas ao presidente e também ao próprio partido, com o “Careca do INSS”, também com a Conafer. O que eles não contavam é que a investigação está sendo feita em duas vias, na CPMI e que se depende de voto coletivo, mas também na Polícia Federal e no Supremo Tribunal Federal.”
O senador também destacou que, todo o medo do governo em trazer para depor esses nomes, era de quem tinha algo a dever e a PF mostrou isso: “A Polícia Federal inclusive, cujo núcleo investigatório da CPMI do INSS está ligado diretamente ao ministro André Mendonça, não responde nem mesmo a superintendência da Polícia Federal em todo o Brasil. Brasil, ou seja, por mais que se tente blindar, não haverá como escapar do depoimento na justiça”.
Pessoas citadas nas investigações
- O senador Weverton Rocha (PDT-MA). A PF aponta o parlamentar como integrante do núcleo político do esquema investigado e cita a ligação com o lobista conhecido como Careca do INSS, incluindo o uso de uma aeronave avaliada em R$ 2,8 milhões. Weverton foi alvo de mandado de busca e apreensão. O pedido de prisão foi negado pelo STF e pela PGR.
- Outro investigado é Gustavo Marques Gaspar, ex-assessor e homem de confiança de Weverton Rocha. A PF identificou transferências financeiras que somam R$ 140 mil ligadas ao esquema. Gaspar foi preso na nova fase da operação.
- Também foi preso Adroaldo Portal (PDT), ex-secretário-executivo do Ministério da Previdência. Ele foi exonerado do cargo horas após a ação da PF. As investigações apontam movimentações bancárias suspeitas, além de registros de encontros e benefícios atribuídos ao lobista investigado.
- A empresária Roberta Luchsinger, amiga de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, também é citada pela PF. Segundo a investigação, ela recebeu R$ 1,5 milhão do Careca do INSS. Roberta foi alvo de mandado de busca e apreensão e, por decisão do ministro André Mendonça, passou a usar tornozeleira eletrônica e está proibida de sair do país. Lulinha não foi alvo da operação.
- Outro nome citado é o de Danielle Miranda Fonteles, ex-publicitária de campanhas do PT e sócia do Careca do INSS em Portugal. A PF confirmou que ela atuou como representante do lobista no exterior. Relatórios do Coaf indicam o recebimento de R$ 5 milhões. Ela também está submetida ao uso de tornozeleira eletrônica. Apesar disso, sua convocação foi rejeitada na CPMI.
Carlos Viana afirmou que pretende reapresentar os requerimentos de convocação quando os trabalhos da CPMI forem retomados, em fevereiro: “O que eu espero é que, retornando em fevereiro, a gente possa rever, porque eu vou trazer os requerimentos novamente à votação. E assim, quem sabe, nós conseguimos levar para que o Brasil saiba realmente qual a responsabilidade de cada um em todas essas questões que estão sendo agora relatadas e que demonstram os milhões e milhões de reais dos aposentados brasileiros desviados por um grupo que usou como máfia a Previdência Social brasileira e que ainda estava agindo como mostrou a última operação da Polícia Federal.”