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Marília Campos defende decisão que suspende obras do Rodoanel: ‘Estado dialogou pouco’

Prefeita de Contagem se manifestou sobre a decisão que decidiu pela suspensão da licença para início das obras da rodovia na Grande BH

Marília Campos recordou também as ações movidas pela Prefeitura de Contagem contra o traçado do Rodoanel

A prefeita de Contagem, Marília Campos (PT), se manifestou em defesa da decisão judicial que suspendeu as obras do Rodoanel Metropolitano de Belo Horizonte. A chefe do Executivo da maior cidade da Grande BH — atrás da capital — afirmou que a medida respeita o direito da comunidade quilombola de Arturos, localizada no município, e evidencia a falta de diálogo do governo estadual com as prefeituras e a sociedade civil na elaboração do projeto da rodovia.

Em vídeo gravado nesta quinta-feira (9), Marília falou sobre a decisão da 10º Vara Federal Cível de Belo Horizonte, expedida na quarta (8). A prefeita apoiou a medida e iniciou sua declaração ressaltando a defesa das comunidades tradicionais.

A prefeita também recordou as ações movidas pelo Executivo da cidade contra a realização do projeto. Junto de Betim, Contagem tem se manifestado de forma contrária ao Rodoanel nos últimos anos por entender ser necessária uma mudança no traçado da rodovia metropolitana. Sobre os requerimentos do município, Marília cobra uma resposta da Justiça.

“Contagem questiona o fato do governo do estado não ter ouvido a prefeitura. A gente questiona o traçado. O traçado do Rodoanel corta a cidade de Contagem, especialmente numa área de preservação ambiental e contraria o nosso plano diretor. Por isso, inclusive, entramos com ação no Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG), no Tribunal de de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG), e a gente aguarda um pronunciamento desses tribunais sobre o traçado do Rodoanel”, concluiu.

A decisão de suspensão da licença prévia concedida pelo Governo de Minas à empresa INC SPA foi expedida pelo juiz substituto da 10ª Vara, Marcelo Aguiar Machado. Na decisão, o magistrado defende que a construção do Rodoanel poderia significar a remoção de comunidades, destruição de sítios arqueológicos e a desestruturação de modos de vida tradicionais.

A Justiça foi acionada para o caso pela Federação das Comunidades Quilombolas do Estado de Minas Gerais, que comemorou a decisão atendendo às demandas pela preservação dos grupos que residem na Região Metropolitana de Belo Horizonte e precisariam ser realocados com a construção da rodovia.

O projeto do Rodoanel teve uma licença para início das obras concedida em fevereiro e é tratada pelo governador Romeu Zema (Novo) como uma medida para desafogar o trânsito pesado que corta as cidades da Grande BH. Em nota, o estado afirmou que vai se pronunciar nos autos do processo.

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Repórter de política da Itatiaia, é jornalista formado pela UFMG com graduação também em Relações Públicas. Foi repórter de cidades no Hoje em Dia. No jornal Estado de Minas, trabalhou na editoria de Política com contribuições para a coluna do caderno e para o suplemento de literatura.
Jornalista pela UFMG, Lucas Negrisoli é editor de política. Tem experiência em coberturas de política, economia, tecnologia e trends. Tem passagens como repórter pelo jornal O Tempo e como editor pelo portal BHAZ. Foi agraciado com o prêmio CDL/BH em 2024.