‘Lula não deveria concorrer em 2026, e Flávio Bolsonaro é ineficaz’, diz revista britânica

Editorial do ‘The Economist’ defende nome de centro-direita para governar o país a partir de 2027

Periódico defende o fim da polarização Lula e Bolsonaro

A tradicional revista britânica “The Economist” publicou um editorial, nessa terça-feira (30), afirmando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não deveria disputar a reeleição em 2026. No caso da direita, a publicação também não alivia para o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o classificado como “impopular e ineficaz”.

Sobre Lula, o periódico reconhece o talento político do chefe do Executivo, mas cita a idade avançada do petista como um fator de risco institucional para o país. Lula completou 80 anos em outubro e, caso vença as eleições de 2026, terminaria o seu quarto mandato no Planalto aos 85 anos.

“Apesar de todo o seu talento político, é simplesmente arriscado demais para o Brasil ter alguém tão idoso servindo mais quatro anos no cargo máximo. Carisma não é escudo contra o declínio cognitivo”, afirma o editorial.

A revista compara a situação com a candidatura de Joe Biden nos Estados Unidos em 2024. Na ocasião, o então presidente apresentava dificuldades na disputa contra Donald Trump em razão da idade avançada. Após uma série de críticas, inclusive de membros do partido Democrata, Biden desistiu da corrida eleitoral em favor da sua vice-presidente Kamala Harris.

“Lula tem apenas um ano a menos do que Joe Biden tinha no ponto equivalente do ciclo eleitoral de 2024 nos Estados Unidos, que terminou de forma desastrosa. Ele parece estar em condição muito melhor do que Biden estava, mas já teve problemas de saúde”, ressalta o Economist.

O periódico também afirma que apesar da economia brasileira ter apresentado bons resultados nos últimos anos, as políticas econômicas do governo federal são “medíocres” e se concentram sobretudo em transferências de renda para as camadas mais baixas da sociedade. A revista defende que Lula abra espaço para uma nova liderança de centro-esquerda.

Flávio Bolsonaro é “impopular” e “ineficaz”

A revista também não alivia para o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho 01 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo o editorial, o parlamentar é “impopular” e “ineficaz” para uma disputa eleitoral saudável para o país. No campo da direita, o The Economist defende uma candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Tarcísio foi classificado pelo periódico como “ponderado e democrata, diferentemente da família Bolsonaro”. “Se forem sábios, [os partidos da direita] abandonarão Flávio e se unirão em torno de um candidato capaz de ir além da polarização dos anos Lula-Bolsonaro”, escreveu.

“Uma figura de centro-direita que corte a burocracia, mas não as florestas tropicais; que seja duro contra o crime, mas não despreze as liberdades civis; e que respeite o Estado de Direito, poderia tanto vencer quanto governar bem. O Brasil tem tudo para ganhar em 2026 — e o resultado é preocupantemente incerto”, conclui o The Economist.

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.

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