O deputado federal
Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara dos Deputados, afirmou nesta quarta-feira (10) que o
projeto de anistia aos envolvidos nos atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023 não deve prosperar na Câmara dos Deputados e classificou a iniciativa como uma “provocação infantil”.
Segundo o parlamentar, o clima que indicava chances de votação na semana passada
mudou após a manifestação realizada no domingo (7), o discurso do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e uma reação contundente do Supremo Tribunal Federal (STF). “Eu sinto que o caso esfriou”, declarou durante a chegada ao plenário da Primeira Turma do STF,
para acompanhar o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Lindbergh afirmou que o governo está empenhado em barrar qualquer tentativa de votação. Ele disse ainda que deputados da base que votarem a favor da anistia estarão automaticamente rompendo com o Planalto.
Não dá para algum deputado que participa de alguma forma do governo achar que esse tema é secundário. O governo tem profunda solidariedade com os ministros supremos, em especial com o ministro Alexandre de Moraes, que está sendo chantageado pela família Bolsonaro.
Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara dos Deputados
O petista ressaltou que a aprovação da proposta não teria efeito prático, já que seria derrubada pelo Supremo, vetada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e
não pautada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). “Para que cair nesse jogo do bolsonarista, parar o país para votar a anistia na Câmara dos Deputados? Seria uma provocação tão infantil, que eu acho que na hora H o bom senso vai prevalecer”, completou.
O texto vem sendo discutido por líderes da oposição e, segundo o deputado
Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder da oposição na Câmara, já há maioria para votação do texto entre os deputados. O texto da proposta, que ainda não está concluído, deve ser discutido na próxima reunião de líderes, na próxima semana.