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Julgamento no STF: defesa diz que Cid ‘não pode ser cobrado por escorregadas’ em delação

Declarações foram uma resposta ao pedido de condenação da PGR; defesa diz que ex-ajudante de ordens de Bolsonaro sofreu pressão durante delação premiada

Jair Alves Pereira, advogado de defesa de Mauro Cid, no STF

No primeiro dia do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado de Mauro Cid, Jair Alves Ferreira, rebateu as alegações sobre eventuais contradições em sua delação premiada.

Segundo o defensor do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, “não é exigível que se pretenda que um colaborador que se expõe dessa maneira - que literalmente perdeu a carreira, se afastou da família, dos amigos, de uma carreira militar - traga detalhes de uma investigação que não temos acesso, por detalhes acabe em uma contradição”.

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As declarações são uma resposta ao pedido de condenação da Procuradoria-geral da República ao ex-presidente e dos outros sete réus que são julgados. Ao fim de sua fala, Gonet considerou a delação premiada de Cid importante para dar “profundidade” às investigações, mas destacou que o ex-ajudante de ordens omitiu “fatos graves” e adotou uma “narrativa seletiva”, o que teria provocado “prejuízos relevantes ao interesse público”. Para Gonet, a postura do militar exige cautela na concessão de benefícios.

“Eu não posso exigir dele, pelo abalo psicológico, por tudo que ele sofreu, a pressão, sendo procurado para mudar de advogado de tese. É uma coisa que a natureza do ser humano autoriza que ele dê uma escorregada, jamais sem comprometer o acordo”, afirmou o advogado de Cid.

Ferreira reforçou ainda que Mauro Cid “falou tudo o que sabia” e que não tentou omitir informações relevantes sobre a suposta trama golpista.

“Não acho que ele tenha resistido, ele falou tudo o que sabia. Entre falar tudo o que sabe e praticar tudo o que viu tem uma diferença muito grande. Eu não posso imaginar que o Cid tenha tentado dar um golpe de Estado quando ele já estava, em março, nomeado para assumir o Batalhão de Goiânia, com casa alugada e os filhos matriculados no colégio. A vida dele seguia”, disse.

Bolsonaro, Cid e os outros réus são acusados de cinco crimes, dentre eles tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado. As penas somadas podem chegar aos 40 anos de prisão.

Graduado em jornalismo e pós graduado em Ciência Política. Foi produtor e chefe de redação na Alvorada FM, além de repórter, âncora e apresentador na Bandnews FM. Finalista dos prêmios de jornalismo CDL e Sebrae.
Repórter de política em Brasília, com foco na cobertura dos Três Poderes. É formado em Jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB) e atuou por três anos na CNN Brasil, onde integrou a equipe de cobertura política na capital federal. Foi finalista do Prêmio de Jornalismo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) em 2023.
Jornalista pela UFMG, Lucas Negrisoli é editor de política. Tem experiência em coberturas de política, economia, tecnologia e trends. Tem passagens como repórter pelo jornal O Tempo e como editor pelo portal BHAZ. Foi agraciado com o prêmio CDL/BH em 2024.
Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.