Governadores reagem à tarifa de Trump e se dividem sobre postura do governo Lula

O presidente Lula se reuniu pela segunda vez com ministros nesta quinta-feira (10), após a carta pública enviada por Trump ao governo brasileiro

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados para o país a partir do dia 1º de agosto provocou reações diversas entre governadores brasileiros.

Bahia

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), escreveu nas redes sociais que o Brasil “não é quinta de ninguém”. No X, antigo Twitter, ele defendeu a soberania brasileira e também o direito de resposta por parte do governo federal. “Somos um país soberano, guiado pelo respeito e pela dignidade. Não iremos aceitar chantagem nem tutela de lugar nenhum [...] A gente tem lado: o do povo brasileiro e da democracia. Respeite o Brasil!”, publicou Jerônimo.

Rio Grande do Sul

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), classificou, em entrevista ao portal G1 nesta quinta-feira (10), o tarifaço de Trump como uma “tentativa de interferência” causada, segundo ele, pela “polarização política radicalizada”.

Espírito Santo

Renato Casagrande (PSD), governador do Espírito Santo, afirmou que as tarifas do republicano representam “um retrocesso”, que atende, exclusivamente, a “motivações ideológicas”, e não aos interesses da população brasileira e estadunidense. “Defendo o comércio justo, o respeito entre as nações e o diálogo acima de disputas políticas.”

Goiás

Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), comparou a postura do presidente Lula à do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez.
“Lula não representa o sentimento patriótico do nosso povo, e muito menos tem credenciais para defender a soberania brasileira”, escreveu.

Minas Gerais

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), publicou no X que as empresas e os trabalhadores brasileiros irão “pagar a conta” do presidente Lula, da primeira-dama Janja Lula da Silva e do Supremo Tribunal Federal. “Ignorar a boa diplomacia, promover perseguições, censura e ainda fazer provocações baratas vai custar caro para Minas e para o Brasil”, publicou.

São Paulo

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) também usou a decisão de Donald Trump para culpar o governo federal pela condução da política externa com os Estados Unidos. “Lula colocou sua ideologia acima da economia. Esse é o resultado.”

Um dia após o anúncio das tarifas, o presidente Lula se reuniu com os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira.

Esse foi o segundo encontro realizado em menos de dois dias após a decisão da Casa Branca. Logo na quarta-feira (9), o presidente já havia convocado uma reunião de emergência no Palácio do Planalto.

Oficialmente, Lula sinalizou que deve usar a Lei de Reciprocidade Econômica, que autoriza o governo a adotar contramedidas em resposta a restrições econômicas impostas ao Brasil.

Graduada em Jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais, com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia, já foi produtora de programas da grade e repórter da Central de Trânsito Itatiaia Emive.

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