Orçamento com déficit de R$ 5,2 bilhões começa a ser discutido na ALMG nesta terça

Lei Orçamentária Anual (LOA) está na pauta da Casa. Se aprovado em comissão, o texto pode ir a plenário para votação em turno único

Orçamento para 2026 será discutido em comissão da Assembleia nesta terça-feira (9)

O orçamento de Minas Gerais para 2026 e a revisão do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) — plano feito para a legislatura e renovado anualmente — estão na pauta da Assembleia Legislativa (ALMG) nesta terça-feira (9). Os textos serão debatidos na Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária ampliada, que conta com membros de outras comissões da Casa, e, se o parecer for aprovado, ficam prontos para votação em plenário em turno único.

O Projeto de Lei 4.527/25, que trata sobre a Lei Orçamentária Anual (LOA) foi enviado à Casa pelo governador Romeu Zema (Novo) com a previsão de um déficit de R$ 5,2 bilhões para o próximo ano. O texto é relatado pelo deputado Zé Guilherme, que distribuiu seu parecer aos deputados na última sexta-feira (5).

O relatório opina pela aprovação de 494 emendas apresentadas por parlamentares. Outras 110 propostas dos deputados para adicionar ao texto foram rejeitadas no parecer. A aprovação das leis orçamentárias são necessárias para o fechamento do ano na Assembleia. Sem a apreciação do projeto, a Casa não pode entrar em recesso.

O déficit de R$ 5,21 bilhões é uma cifra preliminar e pode ser alterada durante as discussões feitas pelos deputados na comissão e em plenário. Caso o número se confirme, representará um rombo menor do que o previsto na virada de 2024 para 2025, quando a Assembleia aprovou uma LOA com R$ 8,6 bilhões negativos na relação entre receitas e despesas.

Para 2026, o orçamento enviado à Assembleia por Zema projeta uma receita de R$ 127,15 bilhões e despesa de R$ R$ 132,36 bilhões. Em comparação com o ano anterior, a previsão de arrecadação aumentou em 10,57% e as despesas subiram 7,11%.

A maior parte da previsão da receita é proveniente da carga tributária, montante que compreende 72,33% dos mais de R$ 132 bilhões de arrecadação. Mais da metade desse percentual está associado à cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transportes Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS).

O parecer feito a partir da LOA apresentada pelo Executivo traz ainda a previsão de que as despesas com pessoal passarão da marca de R$ 73,4 bilhões, o que representa 62,37% da Receita Corrente Líquida (RCL).

O percentual ultrapassa o limite de 60% do comprimento da arrecadação com o pagamento do funcionalismo definido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A situação prevê a adoção de medidas de restrição a novas despesas de pessoal.

Propag impacta no orçamento

Na previsão orçamentária de Minas para 2026, o governo estadual aponta que a adesão ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag) significará um aumento de R$ 1,8 bilhão nas despesas relacionado ao aporte no Fundo de Equalização Federativa (FEF), uma das prerrogativas exigidas no modelo de refinanciamento do débito com a União para reduzir os juros cobrados sobre o parcelamento em até 30 anos.

A adesão ao Propag, por outro lado, proporcionará uma redução de R$1,1 bilhão de juros, uma queda de 15,54%, graças aos efeitos do programa sobre o refinanciamento da dívida.

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Repórter de política da Itatiaia, é jornalista formado pela UFMG com graduação também em Relações Públicas. Foi repórter de cidades no Hoje em Dia. No jornal Estado de Minas, trabalhou na editoria de Política com contribuições para a coluna do caderno e para o suplemento de literatura.

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