Dino manda PF investigar indícios de crimes em emendas Pix

Ministro embasou decisão em um relatório da CGU que apontou irregularidades em todos os municípios analisados

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira (8) que a Polícia Federal investigue possíveis crimes na execução de recursos provenientes das emendas individuais de transferência especial — as chamadas emendas Pix — destinadas a municípios que apresentaram irregularidades.

Na decisão, Dino afirma que persistem problemas de transparência e rastreabilidade nesses repasses e encaminha à PF um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) que detalha as falhas encontradas.

A CGU realizou auditoria em 20 prefeituras e concluiu que todas apresentaram deficiências ou irregularidades. Além do descumprimento dos critérios de transparência, o órgão encontrou casos de pagamentos indevidos e indícios de superfaturamento.

O levantamento inspecionou 44 planos de trabalho, que somam R$ 72,3 milhões. Segundo o órgão de controle, nenhum dos entes auditados cumpriu plenamente os requisitos previstos.

Entre os principais problemas identificados estão falta de rastreabilidade dos gastos, ausência de justificativas e falhas de transparência.

Foram auditados municípios da Bahia, Tocantins, Pernambuco, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Amazonas e Santa Catarina. Em todos os casos, a CGU identificou algum tipo de irregularidade.

As emendas Pix foram criadas em 2019 e recebeu esse nome porque os valores são enviados diretamente por parlamentares para estados e municípios, sem necessidade de projeto, convênio ou justificativa prévia.

“Friso que, neste momento, tais procedimentos seguirão tramitando perante este STF, a fim de evitar qualquer embaraço indevido às prerrogativas parlamentares, seguindo-se o declínio às instâncias ordinárias quando for o caso e no momento adequado”, escreveu Dino na decisão.

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Repórter de política em Brasília, com foco na cobertura dos Três Poderes. É formado em Jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB) e atuou por três anos na CNN Brasil, onde integrou a equipe de cobertura política na capital federal. Foi finalista do Prêmio de Jornalismo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) em 2023.

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