A defesa do general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), afirmou nesta quarta-feira (3) que o militar aconselhou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a se vacinar contra a Covid-19.
Durante sustentação oral no julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF), que analisa a suposta tentativa de golpe após as eleições de 2022, o advogado Matheus Milanez exibiu uma anotação apreendida pela Polícia Federal em uma caderneta pessoal de Heleno.
Na anotação, estava escrito: “Press tem que tomar vacina”.
“Para o general Heleno, o presidente tinha que se vacinar. Esse era o pensamento do próprio general, registrado na sua caderneta pessoal”, afirmou Milanez.
A declaração do advogado foi utilizada no contexto de tentar mostrar aos ministros um distanciamento de Heleno a Bolsonaro durante o período eleitoral, com a intenção de demostrar que o general não teve participação na suposta tentativa de golpe.
Durante a pandemia, Bolsonaro adotou um discurso antivacina e declarou que não tomaria o imunizante. Em 2024, ele foi alvo de um inquérito sobre falsificação de certificados de vacinação.
Em março deste ano, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu ao STF o arquivamento da investigação, alegando falta de elementos que justificassem a responsabilização do ex-presidente.
A Polícia Federal, porém, concluiu que a ordem para falsificar os cartões de vacinação de Bolsonaro e de sua filha partiu do próprio ex-presidente. A adulteração teria sido feita por Mauro Cid, então ajudante de ordens, para permitir que Bolsonaro viajasse aos Estados Unidos, burlando exigências sanitárias.