Ouvindo...

Em cerca de 7 meses, carroceiros vão ser proibidos de usarem tração animal em Belo Horizonte

Tema foi debatido, nesta segunda-feira (23), na Câmara Municipal de Belo Horizonte

Fim da atividade dos carroceiros foi debatido na Câmara Municipal de Belo Horizonte

Uma audiência na Comissão de Meio Ambiente, Defesa dos Animais e Política Urbana, na Câmara Municipal de Belo Horizonte, debateu, nesta segunda-feira (23), a transição imposta pela lei que proíbe veículos de tração animal na cidade. Ativistas dos direitos dos animais, vereadores, e representantes da prefeitura trataram sobre o assunto. Não havia representantes dos carroceiros na mesa.

Faltam cerca de 7 meses para passar a valer a lei que proíbe veículos de tração animal em Belo Horizonte, e segundo a prefeitura, as ações de transição dos trabalhadores estão acontecendo. De acordo com lei sancionada pela prefeitura, a partir de 22 de janeiro de 2026, a cidade já não pode ter ninguém utilizando cavalos e outros equinos para transportar cargas.

O projeto que criou esta lei, em 2017, previa que, dentro de um prazo de vários anos - até 2031, mas acabou reduzido para 2026 -, os carroceiros deveriam ter um programa de profissionalização e mudança da área de atuação, chefiada pela prefeitura.

Atualmente, existe um comitê na prefeitura para atuar na migração dos carroceiros. O Coordenador de Ações Estratégicas na Secretaria de Assistência Social, Douglas Alves, explica que todas as ações previstas na lei estão sendo cumpridas, e a Prefeitura tem buscado os carroceiros ainda em atuação.

“A prefeitura elaborou um plano, este plano está em execução, foi revisto, foi atualizado, diversas ações foram realizadas em diversas secretarias. É importante trazer que a Secretaria de Assistência Social tem se debruçado sobre os dados que a gente conseguiu, inclusive no Meio Ambiente, a partir do cadastramento desses animais. E, a partir daí, a gente puxou os dados dos carroceiros responsáveis por esse animais e a gente foi fazendo a busca ativa dessas pessoas”, destaca.

Autor da lei original que prevê o fim das carroças, o vereador Osvaldo Lopes (Republicanos), diz que acredita que a prefeitura vai conseguir atender o prazo do fim da tração animal, sem desamparar os carroceiros.

“Estou muito confiante porque agora nós temos o prefeito, o ex-vereador Álvaro Damião, uma pessoa que convivi em 2017, 2018, na Câmara, que sempre foi muito solícito em relação à causa animal. Em uma reunião que eu tive com ele, ele me garantiu: Osvaldo duas situações que quero que você tenha tranquilidade. Uma em relação ao fim das carroças, vamos fazer a transição de forma digna, não desamparando os carroceiros, mas colocando fim”, afirmou o vereador.

O presidente da Comissão de Meio Ambiente, e criador da lei que reduziu o prazo de transição do fim das carroças, vereador Wanderley Porto (PRD), diz que mantém conversas com a prefeitura para garantir o cumprimento da lei, e o resgate de animais vítimas de maus tratos, que correm o risco de serem abandonados após a vigência da lei.

“A prefeitura está trabalhando a capacidade de resgatar animais em situação de rua. Hoje já há um número de animais de grande porte circulando pelas ruas de Belo Horizonte, e esse número pode ser que aumente. Infelizmente, a gente não pode proibir o carroceiro de Belo Horizonte de vender o seu animal para as cidades da região metropolitana onde ainda há atividade. Creio que não vão simplesmente jogar o cavalo na rua, vão tentar vender, alguns vão manter o cavalo, não é proibido eles terem o cavalo. A única proibição é pôr o cavalo em trabalho. Aqueles que por ventura forem entregues à prefeitura ou abandonados, a prefeitura está garantindo (que serão acolhidos)”, disse o parlamentar.

Leia também

Jornalista graduado pela PUC Minas; atua como apresentador, repórter e produtor na Rádio Itatiaia em Belo Horizonte desde 2019; repórter setorista da Câmara Municipal de Belo Horizonte.