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Em conversa com a Itatiaia, o senador Márcio Bittar (União-AC) afirmou que o grupo de oposição pretende garantir o comando da CPI e revelou os nomes que estão sendo debatidos internamente. Segundo ele, o senador Magno Malta (PL-ES) é um forte nome inicialmente cotado para presidir os trabalhos, mas enfrenta problemas de saúde. Caso ele decida não assumir, o substituto natural seria Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
“O Flávio está coordenando as conversas. Se o Magno abrir mão, ele é o nome mais indicado. Entre nós há consenso”, afirmou Bittar.
Para tentar driblar a a maioria da base governista, o senador adiantou que há uma negociação em curso com parlamentares do centrão em torno do nome escolhido pela oposição. Nesse cenário, a presidência ficaria com a oposição e a relatoria com o senador Alessandro Vieira (MDB-SE), autor do requerimento que criou a 
“Se houver esse entendimento, é o mais civilizado. O Alessandro tem se mostrado um senador equilibrado, sem postura radical”, disse. Bittar afirmou ainda que a oposição acredita ter votos suficientes para controlar tanto a presidência quanto a relatoria, mas defende um arranjo que evite impasses nas primeiras semanas de trabalho.
A comissão foi criada para investigar a expansão do crime organizado no país e possíveis falhas de atuação do Estado. A expectativa é que os senadores convoquem especialistas em segurança pública, autoridades policiais e representantes do Judiciário para debater o tema.
“Há milhões de brasileiros vivendo sob o domínio de facções. É preciso enfrentar isso com firmeza e punição efetiva”, defendeu. Questionado sobre o caráter técnico ou político da CPI, o senador afirmou que o tema “inevitavelmente terá carga política”, mas garantiu que os trabalhos incluirão especialistas e agentes com experiência prática no combate ao crime.
“Vamos chamar pessoas da lei, delegados e quem vive essa realidade no dia a dia”, disse. Márcio Bittar participará da sessão de instalação como suplente do senador Sergio Moro (União-PR), que está em viagem.
Governo tenta emplacar presidente
Para evitar um revés na disputa da comissão, o governo Lula se mobilizou e fez um mapeamento de votos, projetando que a presidência fique nas mãos dos senadores Fabiano Contarato (PT-ES) e Jaques Wagner (PT-BA).
Apontado como favorito para o comando da CPI, Contarato tem formação na área de segurança pública e é visto por aliados como um nome de perfil técnico e moderado, capaz de reduzir o embate político dentro da comissão.
A CPI será composta por 11 titulares e 7 suplentes. Do lado oposicionista, já estão confirmados Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Magno Malta (PL-ES), Sergio Moro (União Brasil-PR) e Marcos do Val (Podemos-ES). Entre os governistas, integram o grupo Rogério Carvalho (PT-SE), Jaques Wagner, Otto Alencar (PSD-BA), Nelsinho Trad (PSD-MS) e Jorge Kajuru (PSB-GO).