A deputada Duda Salabert afirmou nesta quinta-feira (11), que lideranças dos partidos do campo democrático estão discutindo uma resposta conjunta à conduta do presidente da Câmara, Hugo Motta, após os episódios de violência registrados no plenário na última semana. Segundo ela, a atuação da Polícia Legislativa durante a votação da anistia ultrapassou todos os limites e provocou indignação generalizada.
Duda reconhece que pautar a anistia “faz parte do jogo político”, mas ressalta que nada justifica, nas palavras dela, “mandar a Polícia Legislativa agredir deputados, bater em parlamentares sem qualquer diálogo”. A deputada afirma que “vários crimes aconteceram ali”, envolvendo agressões físicas a deputados, jornalistas e assessores, alguns quase pisoteados no tumulto.
De acordo com ela, partidos como PDT, PSB, PSOL, Rede, setores do PSD e integrantes do próprio governo ficaram “extremamente incomodados” com o que ocorreu e querem uma reação institucional. Duda diz que a responsabilidade direta ou indireta do presidente Hugo Motta precisa ser discutida: “A Câmara é espaço de diálogo, não de truculência. Essa Casa não pode virar um cartório do medo e da violência.”
Mesmo com sessões previstas em formato semipresencial na próxima semana, a deputada afirma que as lideranças vão se reunir para definir uma postura conjunta. A ideia inicial é cobrar uma explicação formal e garantias de que episódios semelhantes não se repetirão.
Questionada se o movimento pode evoluir para uma representação formal ou até pedido de cassação de Hugo Motta, Duda diz que isso dependerá do diálogo entre os líderes. Segundo ela, medidas mais radicais, como acionar o Conselho de Ética, são “últimas instâncias”: “A prioridade é tentar pacificar a Casa. Uma Câmara em guerra agrava os problemas do Brasil.”