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Defesa de Zambelli critica sigilo no processo e cita saúde da deputada

Fabio Pagnozzi questiona sigilo em parte do processo e compara caso a delações anuladas da esquerda e problemas de saúde da deputada

Carla Zambelli (no telão) é ouvida pela CCJ da Câmara

O advogado da deputada federal Carla Zambelli, Fabio Pagnozzi conversou com a reportagem da Itatiaia e afirmou que novas informações sobre o processo que envolve a parlamentar foram apresentadas recentemente na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Segundo ele, partes importantes do processo permaneceram em sigilo, o que impediria uma análise completa dos fatos.

De acordo com a defesa, foram expostos trechos novamente que envolveram o empresário Eduardo Tagliaferro e o advogado argumenta que a integralidade dos autos deve ser disponibilizada, questionando a manutenção das restrições de acesso.

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Ele também comparou a situação de Zambelli a casos envolvendo figuras da esquerda política, lembrando que delações foram anuladas ou desconsideradas “por muito menos” do que o episódio relacionado ao hacker relatado no processo. “Foi apresentado um depoimento bastante completo”, afirmou.

Sobre as condições pessoais da deputada, a defesa comunicou que Zambelli não estaria tendo acesso a medicamentos e chegou a relatar episódios de desmaio. Segundo Pagnozzi, ela teria desmaiado cerca de oito vezes nos últimos meses, o que reforçaria a preocupação da equipe jurídica com seu estado de saúde.

As manifestações ocorreram em uma sessão na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (24), com a presença online da parlamentar. Na pauta, foi discutido o processo que pode resultar na perda de mandato da parlamentar por condenação criminal.

Carla Zambelli está presa na Itália desde julho e há expectativa de julgamento de pedido de extradição para o Brasil. Após os depoimentos, o relator Diego Garcia (Republicanos-PR) deverá apresentar seu parecer em até cinco sessões. Depois, o texto aprovado pela comissão segue para análise do plenário da Câmara. Por lá, a cassação do mandato só se confirma com maioria absoluta, ou seja, pelo menos 257 votos favoráveis.

Aline Pessanha é jornalista, com Pós-graduação em Marketing e Comunicação Integrada pela FACHA - RJ. Possui passagem pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação, como repórter de TV e de rádio, além de ter sido repórter na Inter TV, afiliada da Rede Globo.