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Congresso aprova MP que amplia tarifa social de energia e renegocia dívidas de hidrelétricas

Medida beneficia 115 milhões de brasileiros com descontos ou isenção na conta de luz e prevê arrecadação bilionária com dívidas de hidrelétricas

O plenário da Câmara dos Deputados

O Congresso Nacional aprovou nesta quarta-feira (17) o texto-base da Medida Provisória que estabelece a tarifa social de energia elétrica e cria mecanismos para renegociação de dívidas de usinas hidrelétricas. O Senado ainda analisará os destaques, que podem alterar trechos específicos da medida.

A MP, publicada em maio, já está em vigor desde julho e beneficia milhões de brasileiros. Aprová-la antes do prazo final de 120 dias foi considerado estratégico, já que, caso contrário, a medida perderia efeito.

Contexto político

Na segunda-feira (16), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), em um almoço no Palácio do Alvorada. Durante o encontro, Lula ressaltou a impopularidade que a perda da MP causaria entre os beneficiários da tarifa social.

Quem ganha com a medida

A partir de janeiro de 2026, famílias de baixa e média renda terão descontos na conta de luz, com base na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que representa cerca de 12% do valor da fatura. Segundo o governo:

  • 60 milhões de brasileiros tiveram isenção total;
  • 55 milhões receberam desconto parcial;
  • Antes da MP, apenas indígenas e quilombolas tinham gratuidade.
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Direito à tarifa social:

  • Famílias inscritas no CadÚnico com renda per capita de até meio salário mínimo;
  • Pessoas com deficiência ou idosos (65+) beneficiários do BPC e inscritos no CadÚnico;
  • Famílias indígenas e quilombolas cadastradas no CadÚnico;
  • Famílias do CadÚnico atendidas por módulos offgrid, fora da rede elétrica pública.

Renegociação de dívidas e energia nuclear

A medida também prevê:

  • Renegociação de dívidas de hidrelétricas, considerando parcelas vencidas;
  • Arrecadação de até R$ 6 bilhões com essas dívidas, que poderá reduzir reajustes tarifários no Norte e Nordeste;
  • Rateio, a partir de 2026, dos custos de geração de energia das usinas nucleares Angra 1 e 2 entre todos os usuários do sistema nacional, exceto consumidores de baixa renda.
Aline Pessanha é jornalista, com Pós-graduação em Marketing e Comunicação Integrada pela FACHA - RJ. Possui passagem pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação, como repórter de TV e de rádio, além de ter sido repórter na Inter TV, afiliada da Rede Globo.