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Cleitinho vai acionar Itamaraty após governo dizer que não pode pagar traslado de Juliana Marins

O senador também usou as redes sociais para criticar a equipe responsável pelo resgate da jovem de 26 anos que morreu após cair em vulcão na Indonésia

Senador Cleitinho, eleito por Minas Gerais.

O senador Cleitinho (Republicanos) afirmou nesta quarta-feira (25), por meio das redes sociais, que irá acionar o Itamaraty após a pasta, em nota, declarar que não pode custear o translado do corpo da brasileira Juliana Marins, encontrada morta no Monte Rinjani, na Indonésia.

“Vocês vão custear, sim! Estou encaminhando agora uma notificação e peço que os deputados e senadores façam o mesmo”, disparou.

Ele chegou a comparar o tratamento dado pelo governo brasileiro à publicitária, natural de Niterói (RJ), com o caso da ex-primeira-dama peruana Nadine Heredia, que veio ao país em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) após receber asilo político em abril. “O governo federal mobilizou tudo para buscar essa condenada, mas não pode ir buscar a Juliana”, afirmou.

O Ministério das Relações Exteriores informou que a família da brasileira terá que arcar com os custos do translado do corpo por meios próprios. Segundo o governo federal, não há respaldo legal nem previsão orçamentária para oferecer esse tipo de assistência.

“Em caso de falecimento de cidadão brasileiro no exterior, as embaixadas e consulados podem prestar orientações gerais aos familiares, apoiar seus contatos com o governo local e cuidar da expedição de documentos, como o atestado consular de óbito”, afirmou a pasta em nota enviada à Itatiaia.

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De acordo com a legislação brasileira, conforme a Lei nº 9.199/2017, a assistência consular não inclui o pagamento de despesas com sepultamento e translado de corpos de brasileiros falecidos fora do país, nem despesas hospitalares — com exceção de casos médicos específicos e de atendimento emergencial de caráter humanitário.

Resgate do corpo

Durante o processo de resgate do corpo de Juliana, a embaixada brasileira deslocou funcionários de Jacarta, onde está localizada, para acompanhar a operação no Parque Nacional do Monte Rinjani, na ilha de Lombok.

Críticas à equipe de resgate

O senador também responsabilizou a equipe de resgate. Ele afirmou que, se o grupo tivesse sido mobilizado dentro do prazo, a jovem ainda estaria viva. “O que o Itamaraty fez? Notificou o governo da Indonésia? Fez alguma coisa durante esses quatro dias?”, questionou.

Embora Cleitinho tenha mencionado o Itamaraty, o resgate ficou sob responsabilidade da Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia (Basarnas), que informou que as condições meteorológicas, o terreno complicado e problemas logísticos dificultaram as tentativas da equipe.

As buscas por Juliana Marins começaram no último sábado (21) e duraram quatro dias. Durante esse período, as operações foram interrompidas diversas vezes. Na manhã de terça-feira (24), a família confirmou que a jovem havia sido encontrada morta.

Nesta quarta-feira, os familiares afirmaram que irão buscar justiça pela morte da jovem, alegando que ela foi vítima de negligência.

Jornalista pela UFMG com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia desde 2022, atuou na produção de programas, na reportagem na Central de Trânsito e, atualmente, faz parte da editoria de Política.