Mais próximo do PSDB e de
aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-governador do Ceará,
Ciro Gomes (PDT), acusou o presidente Lula (PT) de estar “comemorando” as
taxas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil, por fins “eleitorais”.
Em um vídeo publicado nesta sexta-feira (18), o pedetista criticou o que chamou de “polarização política de araque”, que, segundo ele, poderia “liquidar o Brasil”.
“
Claro que qualquer ataque aos interesses nacionais ou à nossa soberania deve nos unir, a todos, em defesa do nosso país, do nosso Brasil. Do Brasil. Não do corrupto governo [Lula] que está, ele também, desastrando o nosso país”
— disparou o ex-governador.
Sobre Bolsonaro e seus aliados — incluindo o deputado licenciado
Eduardo Bolsonaro (PL), que está nos Estados Unidos e é acusado de atuar nos
bastidores da pressão estadunidense —, Ciro insinuou traição e classificou como “uma defesa muito burra” a postura favorável à decisão de Trump.
Segundo Ciro, Lula estaria “fazendo piada com a situação”, ao se referir ao vídeo do
presidente comendo jabuticaba, e “comemorando a grande besteira dos Bolsonaros”, citando também o governador de São Paulo,
Tarcísio de Freitas (Republicanos).
“
Isso quer dizer que devemos aceitar passivamente a violência econômica imposta a nós pelo estrangeiro? Claro, óbvio que não. Mas daí a celebrar, como Lula está fazendo, os benefícios eleitorais de curto prazo — que vêm da soma da injustiça da medida yank com a tremenda burrice dos Bolsonaros, pai e filhos, e aliados como, surpreendentemente, até o governador de São Paulo — vai uma enorme e intransponível distância”
— afirmou Ciro.
De olho em 2026
Rachado com o PT, Ciro disputou quatro eleições presidenciais: em 1998, 2002, 2018 e 2022. Na última, teve seu pior desempenho, ficando em quarto lugar, atrás de Lula, Bolsonaro e
Simone Tebet (MDB), com 3,05% dos votos válidos.
Cotado para disputar o governo do Ceará em 2026,
Ciro tem se aproximado de apoiadores do ex-presidente Bolsonaro, incluindo o deputado federal
André Fernandes (PL), que disputou o segundo turno pela prefeitura de Fortaleza em 2024, e o deputado estadual Carmelo Neto (PL).
Críticas ao INSS de Lupi
No mesmo vídeo, o ex-governador acusou Lula de impor ao Brasil “a maior taxa de juros do século” e afirmou que a corrupção no governo se “generalizou a ponto de não poupar os aposentados por descontos ilegais”.
Durante a polêmica envolvendo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o ministro responsável pela pasta da Previdência era Carlos Lupi, presidente nacional — então licenciado — do PDT,
sigla de Ciro.
Quando o governo Lula decidiu pela saída de Lupi do cargo, Ciro foi contra e saiu em defesa do ex-ministro. Ele falou sobre uma “farra do INSS” e criticou a escolha de Lula de substituí-lo por
Wolney Queiroz.