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Popularidade de Lula reage após embate com Trump, aponta pesquisa Quaest

Apesar da melhora, o índice ainda é negaivo para o presidente. A taxa de desaprovação do governo, que estava em 57%, recuou para 53%. Já a aprovação subiu de 40% para 43%

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

Após meses em queda livre, a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esboça uma recuperação, impulsionada por dois temas recentes: o confronto com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a campanha em defesa da taxação de super-ricos. É o que mostra a nova rodada da pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (16).

Mas apesar da melhora, o índice ainda é negaivo para o presidente. A taxa de desaprovação do governo, que estava em 57%, recuou para 53%. Já a aprovação subiu de 40% para 43% em relação à pesquisa anterior, realizada em 4 de junho. Essa é a primeira melhora nos índices desde julho de 2024. A diferença entre aprovação e desaprovação, que era de 17 pontos, caiu para 10.

O levantamento foi feito presencialmente com 2.004 pessoas entre os dias 10 e 14 de julho, logo após o anúncio das tarifas americanas sobre produtos brasileiros, feito por Trump no dia 9. O nível de confiança da pesquisa é de 95%.

Reação em faixas específicas

A melhora na avaliação do governo Lula foi puxada principalmente por mulheres, pessoas de meia-idade, de classe média e com posicionamento político de centro. A aprovação se manteve estável entre os mais pobres, especialmente entre os que ganham até dois salários mínimos. Por outro lado, o presidente avançou entre os que recebem de dois a cinco salários - grupo diretamente beneficiado pela proposta de ampliação da isenção do Imposto de Renda.

“Não foi nem entre os mais pobres, nem entre os mais ricos que captamos mudanças na aprovação; foi nos setores de renda média. A diferença que era de -19 pontos percentuais passou para -9, de maio pra cá", avaliou o cientista político Felipe Nunes, responsável pelo levantamento.

Agenda econômica e política externa pesam na avaliação

Dois terços dos brasileiros dizem concordar com a ideia de que os mais ricos devem pagar mais impostos para aliviar os tributos dos mais pobres. Já 75% defendem ampliar a faixa de isenção do IR. No entanto, o apoio à elevação de impostos para os chamados “super-ricos” cai para 60%. Além disso, 53% dos entrevistados rejeitam o discurso de “ricos contra pobres”.

No embate com Donald Trump, 44% afirmam que Lula está mais certo na condução do episódio do “tarifaço”, enquanto 29% defendem o posicionamento bolsonarista. A avaliação favorável ao presidente brasileiro é maior até entre os que dizem não ter lado político definido. Apesar disso, quase 80% dos entrevistados acreditam que a medida de Trump vai prejudicar de alguma forma a vida dos brasileiros. E 84% defendem que governo e oposição atuem juntos para resolver o problema.

Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio