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Cidade na Zona da Mata Mineira elege novo prefeito em dezembro deste ano

Em Martins Soares, chapa vencedora de 2024 foi cassada por abuso de poder econômico. Eleitores precisarão escolher o novo chefe do Executivo Municipal em 7 de dezembro

Moradores de Martins Soares voltarão às urnas em dezembro

A pequena cidade de Martins Soares, na Zona da Mata Mineira, terá um fim de ano movimentado na política. Isso porque o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG) marcou para 7 de dezembro novas eleições para prefeito e vice-prefeito do município de cerca de 9 mil habitantes. Os chefes do Executivo da cidade foram cassados por abuso de poder político e econômico.

Em julho, Paulo Sérgio Pereira e seu vice, Alex Sandro Franco de Andrade, ambos do PSDB, tiveram seus mandatos cassados pela Justiça Eleitoral após terem vencido o pleito regular em outubro do ano passado.

O TRE entendeu que houve abuso de poder político e econômico na campanha por crimes como compra de votos via da concessão irregular de benefícios. Os valores empreendidos em programas da assistência social no município cresceram quase 400% no período eleitoral de 2024.

Esta será a terceira eleição suplementar do ano em Minas Gerais. Em julho, Guapé e São José da Varginha tiveram novo pleito após indeferimento do registro do candidato que venceu as eleições de 2024 em ambas as cidades.

Novas datas eleitorais

A marcação do novo pleito implica em um calendário eleitoral extemporâneo em Martins Soares. De 28 de outubro até 2 de novembro, partidos poderão se reunir em convenções para debater a formação das chapas. O registro das candidaturas deve ser feito oficialmente na Justiça Eleitoral até 5 de novembro.

A propaganda eleitoral começa em 6 de novembro. Podem votar todos os eleitores inscritos no município até 9 de julho. No domingo de votação, 7 de dezembro, as urnas estarão disponíveis das 8h às 17h.

Entenda o caso

MDB, PT e PDT acionaram a Justiça Eleitoral contra a chapa eleita e também o prefeito anterior de Martins Soares, Fernando Almeida de Andrade. A acusação movida contra o trio pedia a condenação por quatro condutas ilícitas:

  • Compra de votos através da concessão irregular de benefícios da assistência social;
  • Utilização de obras públicas para fins políticos;
  • Utilização eleitoreira de bens e servidores públicos;
  • Propaganda eleitoral extemporânea por meio da convenção partidária.

O TRE entendeu que a acusação era pertinente. No entendimento do relator do recurso no TRE, o desembargador federal Miguel Ângelo, houve um aumento de quase 400% nos pagamentos de benefícios da assistência social, o que comprometeu a isonomia da eleição.

Paulo Sérgio e Alex Sandro, considerados beneficiários da ação do Executivo, receberam multas de R$ 5 mil cada um. O ex-prefeito Fernando Andrade foi multado em R$ 50 mil. Todos eles estão inelegíveis até 2033.

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Repórter de política da Itatiaia, é jornalista formado pela UFMG com graduação também em Relações Públicas. Foi repórter de cidades no Hoje em Dia. No jornal Estado de Minas, trabalhou na editoria de Política com contribuições para a coluna do caderno e para o suplemento de literatura.