Câmara de BH barra troca de nome do Anel Rodoviário para homenagear Fuad Noman

Apesar de reconhecer o texto como constitucional e legal, o relator do projeto na CLJ alegou que a proposta contraria lei municipal

Três parlamentares acompanharam o voto do relator do texto na Comissão de Legislação e Justiça.

O Projeto de Lei (PL) que propõe mudar o nome do Anel Rodoviário Celso Mello de Azevedo para Anel Rodoviário Fuad Noman, de autoria do prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil), foi barrado pela Comissão de Legislação e Justiça (CLJ) da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH).

O relator do texto, vereador Vile (PL), reconheceu a constitucionalidade e a regularidade regimental do projeto. No entanto, apontou ilegalidade com base em uma lei do município que impede a duplicidade na nomenclatura de próprios públicos — isso porque, em julho deste ano, a tradicional Praça da Independência, localizada na Avenida Afonso Pena, no Centro da capital, passou a se chamar Praça Fuad Noman, em homenagem ao ex-prefeito da cidade.

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Durante a votação na CLJ, a vereadora Fernanda Pereira Altoé (Novo) relembrou o legado de Fuad, mas afirmou que as pessoas “não podem ser substituídas”. O nome atual do Anel Rodoviário homenageia o engenheiro e primeiro prefeito de BH nascido na capital mineira. “Se, a cada novo prefeito, nós formos substituindo, seremos uma cidade sem história”, disse a parlamentar.

O relator, ao justificar o parecer, alegou acreditar na “boa vontade” de Damião ao apresentar o projeto. Porém, afirmou que é preciso ter “respeito” pelas homenagens já feitas a outras personalidades importantes para o município. “Daqui a quatro, cinco ou até seis legislaturas, será que as nossas homenagens não serão sobrepostas por outras? Então, precisamos ter respeito com a geração que passou e coerência com a próxima que virá", declarou.

O filho do ex-prefeito, que tem o mesmo nome do pai, Celso Mello, acompanhou a sessão na CLJ. Aos parlamentares, ele disse que vinha “trabalhando”, buscando apoio de empresas que atuam no Anel, para que o projeto não avançasse. “Fuad Noman foi uma pessoa excepcional. Tive a honra de trabalhar junto do prefeito durante a Copa do Mundo [em 2014], morou no mesmo prédio do meu pai, eram grandes amigos. Tenho certeza de que, inclusive, lá em cima, nesta hora, o doutor Celso e o doutor Fuad estão comemorando essa solução”, expressou.

Ao final, três parlamentares — Altoé, Uner Augusto (PL) e Michelly Siqueira (PRD) — acompanharam o voto do relator. O vereador Edmar Branco (PCdoB) foi o único contrário ao parecer.

Com a rejeição, o Executivo pode aceitar o parecer ou encaminhar um recurso solicitando a votação do texto no plenário da Câmara.

Graduada em Jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais, com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia, já foi produtora de programas da grade e repórter da Central de Trânsito Itatiaia Emive.

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