O governo brasileiro recebeu com otimismo a ordem executiva assinada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta sexta-feira, que reduz tarifas de reciprocidade sobre produtos como café, carne, açaí e algumas frutas tropicais, tanto frescas quanto congeladas. A medida atinge a tarifa de 10% aplicada em abril, mas não contempla o
Segundo Luis Rua, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, a redução é positiva, mas o governo continuará atento aos itens que permanecem sujeitos às tarifas mais altas. O embaixador Celso Amorim, assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, destacaram a importância de acompanhamento detalhado das medidas, afirmando que ainda há produtos que precisam ser avaliados, como madeira e mel.
O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, afirmou em redes sociais que a decisão reforça a força do Brasil no cenário internacional. Fávaro acrescentou que reuniu sua equipe para analisar a medida com cuidado e verificar possíveis ajustes em produtos que ainda não foram contemplados.
A ordem executiva assinada por Trump também prevê que, caso seja necessário reembolsar tarifas já cobradas, os valores serão processados seguindo a legislação e procedimentos da Alfândega e Proteção de Fronteiras norte-americana. Apesar da redução, algumas mercadorias ainda permanecem sujeitas a tarifas, como os tomates importados do México, que continuam com taxa de 17% após o fim de um acordo comercial de quase três décadas.
Produtos brasileiros, como o café, enfrentavam tarifas de até 50% desde agosto, o que resultou em aumentos de preços de quase 20% em setembro. A medida norte-americana surge em um contexto de insatisfação de eleitores com a economia, refletida em eleições fora do ciclo principal. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, destacou que a prioridade são produtos não cultivados em quantidade suficiente no país, como café e bananas.
Além disso, o governo norte-americano anunciou um acordo comercial com a Suíça, reduzindo tarifas de 39% para 15% sobre produtos suíços, fortalecendo a agenda de negociações internacionais. A decisão de Trump visa conter os impactos da política tarifária anterior, reduzir os preços de produtos essenciais para os consumidores e aliviar pressões sobre a economia interna em ano eleitoral.