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Aliados de Lula pedem suspensão do mandato de Eduardo Bolsonaro

Requerimento à Câmara aponta condutas hostis do deputado licenciado contra instituições brasileiras e possível influência no tarifaço dos EUA contra o Brasil

Deputado Eduardo Bolsonaro

Parlamentares aliados ao governo Lula solicitaram oficialmente à Mesa Diretora da Câmara a suspensão do mandato do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A iniciativa foi motivada pela atuação do congressista nos Estados Unidos, onde está desde fevereiro, e pelo que os autores do pedido classificam como “condutas graves contra a nação brasileira”.

No documento enviado à Câmara, os deputados afirmam que Eduardo tem adotado uma postura reiterada de hostilidade às instituições democráticas do país, com ataques especialmente direcionados ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao ministro Alexandre de Moraes.

O deputado Zeca Dirceu (PT-PR), um dos signatários do requerimento, reforçou nas redes sociais a urgência da medida:

“Urgência na punição dos traidores do Brasil!”, escreveu o petista.Um dos pontos mais sensíveis mencionados no pedido é a suposta atuação de Eduardo para influenciar medidas econômicas do governo norte-americano contra o Brasil. Os parlamentares relacionam a recente taxação de produtos brasileiros por parte do presidente Donald Trump à campanha feita pelo deputado por sanções a autoridades brasileiras.

Licença prestes a vencer

Eduardo Bolsonaro está licenciado do mandato desde 18 de março, com prazo de 120 dias, que se encerra neste domingo (20). A partir dessa data, ele só poderá continuar como deputado caso não falte a mais de um terço das sessões da Câmara.

Mesmo assim, o parlamentar afirmou que só pretende retornar ao Brasil quando o ministro Alexandre de Moraes for “sancionado”.

Investigação no STF

Eduardo também é alvo de um inquérito no Supremo Tribunal Federal, aberto em maio por determinação do ministro Alexandre de Moraes. A investigação, solicitada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), apura se o deputado atuou no exterior contra autoridades e instituições brasileiras.

A Polícia Federal foi autorizada a monitorar suas redes sociais e intimar tanto Eduardo quanto seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, a prestar esclarecimentos. No início de julho, Moraes prorrogou o inquérito por mais 60 dias para conclusão de diligências pendentes.

Aline Pessanha é jornalista, com Pós-graduação em Marketing e Comunicação Integrada pela FACHA - RJ. Possui passagem pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação, como repórter de TV e de rádio, além de ter sido repórter na Inter TV, afiliada da Rede Globo.