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Ciro acena a aliado de Bolsonaro no Ceará e critica o irmão Cid Gomes

Ex-ministro esteve na Assembleia Legislativa do Ceará em uma reunião com deputados da oposição ao governo de Elmano de Freitas (PT)

Ciro Gomes foi ministro da Integração Nacional do Brasil do governo Lula (PT) entre 2003 e 2006.

Crítico do PT, especialmente após as eleições de 2018, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) fez um aceno ao deputado estadual cearense Alcides Fernandes (PL), pré-candidato ao Senado em 2026.

Na última terça-feira (6), o pedetista participou de uma reunião na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (ALECE) com o bloco de oposição ao governador Elmano de Freitas (PT).

Na ocasião, Ciro afirmou a Alcides — pai do deputado federal André Fernandes (PL) — que esperava poder votar nele para o Senado. Posteriormente, em entrevista coletiva, o ex-ministro reforçou o nome do pré-candidato, dizendo que ele teria todas as “qualificações” para o cargo.

Uma das cadeiras do Ceará no Senado pertence ao irmão de Ciro, Cid Gomes (PSB), cujo mandato se encerra em 2026. Os dois romperam politicamente em 2023.

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Racha entre os irmãos Ferreira Gomes

Recentemente, em um evento do PSB, Cid chegou a sugerir uma reaproximação com o irmão, declarando que, no cenário nacional, “jamais” estaria do lado oposto ao de Ciro. O ex-ministro, no entanto, voltou a criticá-lo.

Ciro afirmou na terça-feira que Cid é “cúmplice da tragédia” que, segundo ele, ocorre atualmente no Ceará durante o governo de Elmano de Freitas. “Vejo, fria e geladamente, como uma pessoa preocupada com o que está acontecendo no Ceará, o senador Cid como conivente, como cúmplice desta tragédia que está acontecendo no Estado”, declarou.

O PT tem um papel central no racha entre os irmãos Ferreira Gomes. Nas eleições municipais de 2024, por exemplo, a disputa pela Prefeitura de Fortaleza foi mais um capítulo desse embate.

O PDT, de Ciro, disputou a reeleição com José Sarto, que, no entanto, ficou de fora do segundo turno. Na etapa final, entre Evandro Leitão (PT) e André Fernandes, a sigla declarou neutralidade, enquanto o candidato petista foi fortemente apoiado pelo PSB, partido de Cid.

Do mesmo partido do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), Cid se aproximou da base do presidente Lula (PT) e também do governador Elmano, enquanto Ciro, embora ainda filiado ao PDT, manteve um tom mais crítico.

Jornalista pela UFMG com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia desde 2022, atuou na produção de programas, na reportagem na Central de Trânsito e, atualmente, faz parte da editoria de Política.