Zema nega culpa por preço dos alimentos e diz que governo Lula ‘empurra problemas’ para os estados

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), acusou o governo federal de “empurrar problemas” para os governadores ao falar sobre a proposta de redução dos impostos de itens da cesta básica. “Quem criou o problema da inflação alta, dos juros que estão crescendo, quem faz a política monetária e a política fiscal é o governo federal”, disse em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (2).

No mês passado, o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), pediu aos Estados que adotassem a estratégia de zerar o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em cima de produtos da cesta básica para baratear o preço dos alimentos.

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O governo Lula (PT) anunciou que iria zerar as alíquotas do imposto de importação sobre diversos alimentos — como café, carne, milho, açúcar e azeite de oliva — e sugeriu que a medida fosse seguida pelos governadores.

Zema, no entanto, afirmou que Minas Gerais já teria reduzido o ICMS para produtos da cesta básica, mas que o Estado seria impedido de fazer outras reduções por conta da Lei de Responsabilidade Fiscal.

De acordo com ele, o problema “depende do governo federal”, acusando a gestão Lula de gastar mais do que é arrecadado, no que o governador chamou de “gastança”. “O brasileiro sabe que nós estamos indo na direção errada e nada está sendo feito para reverter a situação”, disse Zema.

ICMS em compras internacionais

Em dez estados brasileiros, incluindo Minas Gerais, o imposto cobrado em compras internacionais subiu de 17% para 20% na terça-feira (1⁠º).

Esse aumento impactaria no valor das “blusinhas”, por exemplo. Termo usado para se referir a mercadorias de empresas asiáticas, como, por exemplo, a Shein, a Shopee e o AliExpress.

Após ser alvo de críticas, Zema recuou e revogou o reajuste no mesmo dia em que ele entrou em vigor. Nas redes sociais, o governador justificou a medida: “O governo de Minas não aumentará o ICMS sobre importados. A medida é um combinado de todos os Estados para proteger a indústria nacional. Porém, como nem todos concluíram o ajuste, Minas optou por não aumentar”, escreveu Zema.