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MP quer laicizar a Canção Nova? Entenda denúncia de Cleitinho Azevedo e Nikolas Ferreira

MP de São Paulo rebateu denúncias de parlamentares e disse que manifestações não têm procedência

Cleitinho e Nikolas

Uma ação do Ministério Público de São Paulo envolvendo a Fundação João Paulo II, entidade mantenedora da Comunidade Canção Nova, gerou reação de vários parlamentares que foram às redes sociais criticar o MP paulista.

A ação pede uma intervenção na fundação e o afastamento de membros do conselho deliberativo. Segundo a promotora de Justiça Marcela Agostinho Gomes Ilha, a entidade tem atuado com “nítido desvio de funcionalidade”.

Veja mais: O que é a Comunidade Canção Nova? Entidade é alvo de ação do Ministério Público

“A eclosão desta gradativa perda de autonomia da Fundação João Paulo II pode ser verificada em dois aspectos: interno e externo. No aspecto interno, são notórios os movimentos do Conselho Deliberativo da entidade na ingerência em face do exercício regular dos demais órgãos da entidade. Em seu aspecto externo, a relação simbiótica entre ambas as entidades demonstra ainda mais claramente a permissividade patrimonial e financeira da Fundação João Paulo II para a Comunidade Canção Nova”, diz a ação do MP.

O deputado Nikolas Ferreira (PL) usou suas redes para declarar apoio à comunidade Canção Nova e disse estar preocupado com a ação do MP paulista.

“Recebi com preocupação a notícia sobre a ação judicial que questiona a relação entre a Fundação João Paulo II e a Comunidade Canção Nova, criada pelo Monsenhor Jonas Abib, um grande exemplo de dedicação à evangelização. Manifesto meu apoio à Comunidade e à sua missão. Estou acompanhando o caso com atenção e permanecerei à disposição para contribuir no que for possível”, escreveu Nikolas.

O senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) também usou suas redes sociais para criticar o MP e convocou apoiadores religiosos para se mobilizarem contra a ação: “Você católico e cristão, precisamos nos mobilizar. O ministério público quer acabar com a Canção Nova”.

“Esse evento é de evangelizar. O MP quer desevagelizar fundação ligada a Canção Nova, quer laicizar a fundação. Mas, gente, sabe para que serve a Canção Nova? Para evangelizar”, disse Cleitinho.

Procurado pela reportagem da Itatiaia, o Ministério Público de São Paulo rebateu as denúncias dos deputados e, por meio de nota divulgada nesta terça-feira (28), afirmou que as “versões difundidas nas redes sociais sobre uma suposta investida da dedicada promotora de Justiça autora da ação pela laicização da entidade, prejudicando assim a Canção Nova, não têm a mínima procedência”.

Veja na íntegra a nota do MPSP:

“O MPSP esclarece que a ação civil pública ajuizada pela promotora de Justiça Marcela Agostinho Gomes Ilha no tocante à Fundação João Paulo II tem como objetivo precípuo assegurar a autonomia da instituição, dotando-a das melhores práticas de governança para que continue cumprindo as tarefas previstas em seu estatuto, tais como desenvolver serviços de radiodifusão (inciso I, artigo 6º) com implantação de Sistema de Rádio e Televisão e outros serviços de telecomunicações (Artigo 7º); promover, manter e apoiar atividades educacionais, sociais e culturais (incisos III, VI, VII, artigo 6º); prover assistência social a pessoas carentes (incisos VIII, X e XI, artigo 6º); e implementar atividades de saúde pública e assistência médica (IX, artigo 6º).

Portanto, as versões difundidas nas redes sociais sobre uma suposta investida da dedicada promotora de Justiça autora da ação pela laicização da entidade, prejudicando assim a Canção Nova, não têm a mínima procedência.

A Promotoria de Cachoeira Paulista reconhece a indissociável comunhão do povo paulista com a fé católica. Assim, é imperativo ressaltar que a ação em questão não aborda aspectos relacionados à fé ou ao exemplar trabalho benemérito realizado pela instituição religiosa em favor da população. O que se exige agora é tranquilidade para que a Justiça se manifeste no plano estritamente técnico”

Padre Wagner Ferreira se manifesta na redes

Na sexta-feira (24), o padre Wagner Ferreira, presidente da Comunidade Canção Nova e da Fundação João Paulo (FJP) II, padre Wagner Ferreira, divulgou um vídeo em suas redes sociais para comentar a ação ajuizada pelo MP.

O sacerdote classificou a situação como “delicada”. Padre Wagner afirmou que, tanto a Comunidade Canção Nova quanto a Fundação João Paulo II, apesar de distintas, fazem parte de uma mesma obra, a Canção Nova.

“Padre Jonas Abib presidiu as duas instituições. Portanto, era entendimento comum da Canção Nova de que o presidente da comunidade fosse também presidente da FJP II. E assim trabalhamos durante estes anos sem qualquer dificuldade ou conflito”, disse.

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Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.