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Após troca de farpas, Marcos Pontes diz que Bolsonaro estava ‘chateado’ por não ter ido à posse de Trump

Senador do PL manteve candidatura ao comando do Senado e recebeu críticas do ex-presidente

Astronauta Marcos Pontes e Bolsonaro em registro de 2018

O senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) comentou nesta terça-feira (21), em entrevista à Itatiaia, as críticas feitas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao seu plano de disputar a presidência do Senado Federal. “Ele estava com a cabeça um pouco quente”, disse o parlamentar ao justificar as declarações do ex-presidente.

“Eu conheço o Bolsonaro já há muito tempo, amigo meu, desde 2001, 2002. Então, a gente se entende bem. E como todo amigo, às vezes você concorda, às vezes não, faz parte. Se você tiver um amigo que só concorda, não é amigo, é puxa-saco. Então, a gente precisa ter ali essa relação. E é normal isso aí. Certamente ontem ele estava um tanto chateado, compreensivelmente, com a questão de não poder estar lá junto com a inauguração do Trump. E eu acho que ele estava com a cabeça um pouco quente, mas sem problema nenhum”, disse Pontes.

Entenda: Bolsonaro havia reclamado, na segunda-feira (20), da decisão de Pontes, anunciada em outubro do ano passado sem o aval do Partido Liberal (PL). Marcos Pontes é ex-ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação no governo Bolsonaro, e foi eleito senador por São Paulo em 2022 com 49,68% dos votos.

Antes da candidatura de Pontes, Bolsonaro já havia declarado apoio ao senador Davi Alcolumbre (União-AP) para suceder Rodrigo Pacheco (PSD-MG) na presidência do Senado. “A única forma de nós sermos algo dentro do Senado e não sermos zumbis como somos hoje é tendo um candidato”, afirmou Bolsonaro na segunda.

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Em live no YouTube, Bolsonaro disse o seguinte: “Eu elegi você em São Paulo. Deixei de lado lá, entre eles, o meu amigo Marco Feliciano, com uma dor no coração enorme. Mas deixei de lado o Marco Feliciano para te apoiar [à eleição de senador]. Esse é o pagamento?”, disse Bolsonaro, em entrevista ao canal AuriVerde Brasil.

Ainda em entrevista à Itatiaia, Pontes defendeu sua candidatura e disse que a direita e o PL se beneficiaram disso.

“A minha candidatura é excelente tanto para o PL quanto para a direita como um todo. Por quê? Porque o Partido Liberal fez um acordo com Davi Alcolumbre de ter a vice-presidência e mais uma comissão. E é um acordo feito, eu respeito, sem problema nenhum, mas eu já tinha apresentado a minha candidatura como independente. E isso é um ponto importante. Eu tinha falado com o Valdemar [Costa Neto]”.

O senador afirmou ainda que, caso seja eleito presidente do Senado, trabalhará para apoiar a candidatura de Bolsonaro em 2026 e buscar “justiça” para pessoas que considera presos políticos. O ex-presidente está inelegível.

“Se eu for eleito, teremos a presidência do Senado, o que será muito positivo. Isso contribuirá para apoiar o próprio Bolsonaro, fortalecendo o processo para que ele seja nosso candidato à presidência em 2026. Também ajudará a buscar justiça para pessoas que estão presas injustamente, os chamados presos políticos, além de beneficiar o país como um todo e promover a harmonia entre os três poderes. Minhas propostas são lógicas, como sempre trabalhei: com serenidade, mas também com firmeza.”

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Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.
Jornalista com trajetória na cobertura dos Três Poderes. Formada pelo Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb), atuou como editora de política nos jornais O Tempo e Poder360. Atualmente, é coordenadora de conteúdo na Itatiaia.