O senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) comentou nesta terça-feira (21), em entrevista à Itatiaia, as
críticas feitas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao seu plano de disputar a presidência do Senado Federal. “Ele estava com a cabeça um pouco quente”, disse o parlamentar ao justificar as declarações do ex-presidente.
“Eu conheço o Bolsonaro já há muito tempo, amigo meu, desde 2001, 2002. Então, a gente se entende bem. E como todo amigo, às vezes você concorda, às vezes não, faz parte. Se você tiver um amigo que só concorda, não é amigo, é puxa-saco. Então, a gente precisa ter ali essa relação. E é normal isso aí. Certamente ontem ele estava um tanto chateado, compreensivelmente, com a questão de não poder estar lá junto com a inauguração do Trump. E eu acho que ele estava com a cabeça um pouco quente, mas sem problema nenhum”, disse Pontes.
Entenda: Bolsonaro havia reclamado,
na segunda-feira (20), da decisão de Pontes, anunciada em outubro do ano passado sem o aval do Partido Liberal (PL). Marcos Pontes é ex-ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação no governo Bolsonaro, e foi eleito senador por São Paulo em 2022 com 49,68% dos votos.
Antes da candidatura de Pontes, Bolsonaro já
havia declarado apoio ao senador Davi Alcolumbre (União-AP) para suceder Rodrigo Pacheco (PSD-MG) na presidência do Senado. “A única forma de nós sermos algo dentro do Senado e não sermos zumbis como somos hoje é tendo um candidato”, afirmou Bolsonaro na segunda.
Em live no YouTube, Bolsonaro disse o seguinte: “Eu elegi você em São Paulo. Deixei de lado lá, entre eles, o meu amigo Marco Feliciano, com uma dor no coração enorme. Mas deixei de lado o Marco Feliciano para te apoiar [à eleição de senador]. Esse é o pagamento?”, disse Bolsonaro, em entrevista ao canal AuriVerde Brasil.
Ainda em entrevista à Itatiaia, Pontes defendeu sua candidatura e disse que a direita e o PL se beneficiaram disso.
“A minha candidatura é excelente tanto para o PL quanto para a direita como um todo. Por quê? Porque o Partido Liberal fez um acordo com Davi Alcolumbre de ter a vice-presidência e mais uma comissão. E é um acordo feito, eu respeito, sem problema nenhum, mas eu já tinha apresentado a minha candidatura como independente. E isso é um ponto importante. Eu tinha falado com o Valdemar [Costa Neto]”.
O senador afirmou ainda que, caso seja eleito presidente do Senado, trabalhará para apoiar a candidatura de Bolsonaro em 2026 e buscar “justiça” para pessoas que considera presos políticos. O ex-presidente está inelegível.
“Se eu for eleito, teremos a presidência do Senado, o que será muito positivo. Isso contribuirá para apoiar o próprio Bolsonaro, fortalecendo o processo para que ele seja nosso candidato à presidência em 2026. Também ajudará a buscar justiça para pessoas que estão presas injustamente, os chamados presos políticos, além de beneficiar o país como um todo e promover a harmonia entre os três poderes. Minhas propostas são lógicas, como sempre trabalhei: com serenidade, mas também com firmeza.”
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