O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve montar um escritório em Belo Horizonte para agilizar o trabalho de gestão e repasse dos recursos referentes ao acordo de repactuação de Mariana - entendimento firmado entre as empresas responsáveis pelo rompimento da barragem de Fundão (Samarco, Vale e BHP Billiton), o governo brasileiro e representantes das comunidades atingidas.
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A ideia do acordo é corrigir lacunas e atrasos nos trabalhos de reparação que devastou áreas em Minas Gerais e Espírito Santo, considerado ainda hoje como a maior tragédia ambiental da história do Brasil.
Em entrevista à Itatiaia, o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) afirmou que a previsão é que o escritório comece a funcionar na capital mineira para agilizar o fluxo de repasse do dinheiro e também facilitar o diálogo com as famílias e cidades atingidas pelo desastre.
“O governo federal está se preparando para isso. A Casa Civil vai ser responsável junto com o BNDES. O BNDES deverá ter aqui um escritório em Belo Horizonte para que possa haver o repasse dos recursos e todo esse processo feito e visto de perto. É uma exigência também que o governo federal faz para que o BNDES conheça a realidade ao fazer esse repasse”, disse.
No acordo de repactuação referente ao desastre de Mariana, o BNDES será responsável pela gestão do Fundo Rio Doce, que totaliza R$ 100 bilhões. Esses recursos serão repassados pelas empresas Samarco Mineração S.A., Vale S.A. e BHP Billiton ao longo de 20 anos, com o objetivo de promover a recuperação socioeconômica e ambiental dos municípios afetados nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo.
O primeiro pagamento, no valor de R$ 5 bilhões, foi feito 30 dias após a assinatura do acordo judicial, que totaliza R$ 170 bilhões. Do montante total, R$ 100 bilhões serão destinados ao Fundo Rio Doce, sob a gestão do BNDES, enquanto os R$ 70 bilhões restantes serão alocados para outras ações de reparação e indenização relacionadas ao desastre.
Ou seja, aproximadamente 58,8% dos recursos totais do acordo de repactuação passarão pelo BNDES, que atuará na gestão e aplicação desses valores em projetos de reconstrução e desenvolvimento das áreas impactadas.
Ainda segundo o deputado Correia, a maior parte dos recursos do fundo serão utilizados na bacia do Rio Doce, que deverá estar recuperada até o fim dos pagamentos que serão feitos ao longo dos próximos anos.