O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta quinta-feira (28) um pacote econômico que combina medidas de corte de gastos e reforma da renda, provocando uma forte reação negativa do mercado financeiro. O dólar disparou, aproximando-se da marca de R$ 6,00, enquanto a Bolsa de Valores registrou queda.
Segundo a economista Rita Mundim, o dólar chegou a R$ 5,998, recuando ligeiramente para R$ 5,96, com uma alta de 0,64%. A especialista destaca que a perspectiva de aumento dos juros é o que mais preocupa os investidores.
Expectativas de aumento na taxa Selic
O mercado já aposta que na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o aumento da taxa Selic poderá ser de um ponto percentual, em vez do meio ponto anteriormente previsto. Essa mudança nas expectativas é atribuída à piora na percepção da crise fiscal.
Mundim critica a abordagem do governo: ‘Na fala agora, Haddad já começou a empurrar com a barriga de novo, falando que o Congresso terá o primeiro semestre do ano que vem para discutir essas propostas. O corte de gastos tem que ser para ontem’.
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Mistura de temas gera desconfiança
A economista aponta que o principal problema foi a mistura de temas no pacote anunciado. Além do corte de gastos, o governo incluiu medidas de reforma da renda, como a isenção de imposto para quem ganha até R$ 5 mil mensais e uma cobrança adicional para rendas acima de R$ 50 mil.
‘Se já estava difícil discutir o foco no corte de despesas, imagina misturar isso tudo no Congresso. Realmente o mercado não gostou e a sensação é de que nada vai funcionar’, afirma Mundim.
A especialista alerta ainda para o momento delicado, coincidindo com o período de compra de dólares por empresas multinacionais para remessa às suas matrizes. Ela sugere que o Banco Central possa intervir oferecendo moeda através de leilões para conter a alta do dólar.
Diante desse cenário, Mundim conclui: 'É preciso apartar os temas e focar no momento no pacote de corte de gasto’. A reação do mercado indica que a confiança dos investidores na capacidade do governo de controlar as contas públicas foi abalada, exigindo medidas mais claras e focadas para reverter essa percepção negativa.
Esta matéria foi produzida com auxílio de Inteligência Artificial e finalizada por um jornalista da Itatiaia