Uma fiscalização para averiguar as condições das viaturas do rabecão que estão paradas em uma oficina da Polícia Civil foi realizada nesta quarta-feira (27) pelas deputadas estaduais Bella Gonçalves (PSOL) e Lohanna (PV). Isso porque
Após a fiscalização, as deputadas disseram que oficiaram as comissões dos Direitos Humanos e da Segurança Pública e cogitam acionar o Ministério Público Estadual (MPMG). A ação mostrou que os veículos parados estão em condições precárias, sendo que um deles teve perda total.
“A gente foi até uma oficina mecânica onde identificamos três rabecões que estavam muito empoeirados e, pelas notícias que a gente teve, há três meses parados. Depois disso, nós fomos no pátio de transportes da Polícia Civil, onde a gente achou outros três também em manutenção, sendo que um deles já era perda total, já tinha estragado o motor e não havia recuperação”, afirma Bella Gonçalves, citando a falta de dignidade que a situação causa às famílias vulneráveis.
“É uma situação que a polícia vem denunciando há muito tempo, mas que chegou em um limite, sem que a Secretaria de Planejamento ou mesmo a Superintendência da Polícia Civil tome providências necessárias para garantir o rabecão, que é essencial para a população. A gente tem notícias, por exemplo, de um motorista que, perto de Vespasiano, faleceu, vítima de um acidente de trânsito, um motoqueiro, que ficou 12 horas esperando o rabecão. Isso é uma indignidade com as famílias, isso viola o direito humano também ao sepultamento, ao tratamento digno após a morte”, afirmou.
Lohanna lembra que o caso atinge também a dignidade da classe policial. “Tem violações muito claras ali, e são violações, em primeiro lugar, para os mais vulneráveis, que são as pessoas e as famílias, que dependem do atendimento no caso de uma morte, no caso de sofrimento, mas também violações aos direitos dos policiais, que estão trabalhando sob risco em veículos antigos, em veículos inseguros”.
Deputadas Lohanna (PV) e Bella Gonçalves (PSOL) realizaram uma vistoria na oficina da Polícia Civil e identificaram rabecões em condições precárias
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Deputadas encontraram rabecões em condições precárias
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Rabecão da Polícia Civil parado na oficina
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Rabecão da Polícia Civil parado na oficina
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‘Toco de madeira’ no lugar do freio
“um dos rabecões estava tendo como freio um toco de madeira”. A deputada Lohanna citou uma das várias violações que encontrou na fiscalização e que impedem que os rabecões circulem pelas ruas. “É disso que a gente está falando, é esse nível de precarização. Então, são violações diversas que a gente entende que justificam uma notícia de fato ao Ministério Público”, disse.
Bella Gonçalves, por sua vez, diz ter encontrado um veículo com retrovisores presos por plásticos. “Uma coisa dessas não é possível. O Estado de Minas Gerais alega que não tem dinheiro, mas aumenta o salário do governador,faz gastos com coisas supérfluas, mas não tem garantia para a população de ter um transporte digno para um corpo até o IML?”, questionou.
O que diz a Polícia Civil
Em nota enviada à reportagem, a Polícia Civil de Minas Gerais disse que o serviço do rabecão é ofertado “de maneira ininterrupta, 24 horas por dia, sete dias por semana, em Belo Horizonte e região metropolitana” e que a manutenção dos veículos é periódica.
Confira a nota na íntegra:
“Em casos de mortes suspeitas ou violentas, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) realiza a remoção de corpos ao IML, onde são realizados exames periciais com o objetivo de apontar as causas e circunstâncias dos óbitos. Apesar do noticiado, a PCMG reforça que o referido serviço é prestado de maneira ininterrupta, 24 horas por dia, sete dias por semana, em Belo Horizonte e região metropolitana. Alguns veículos da frota de rabecões se encontram em manutenção – que ocorre de maneira periódica – nas oficinas credenciadas, as quais trabalham, em regime de prioridade, para atender as demandas. A PCMG ressalta que, com objetivo de ampliar e modernizar a frota de rabecões, celebrou contrato específico de locação desses veículos, o qual se encontra na fase de implementação”.
A Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) ainda não se posicionou.
