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‘Tendência no mundo inteiro’, diz Alckmin sobre fim da escala 6x1 discutida na Câmara

Vice-presidente, que também é ministro da Indústria, comércio e serviços, defendeu que o debate aconteça na sociedade e no parlamento; proposta ainda nem começou a tramitar

O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), admitiu nesta terça-feira (12) que a proposta que discute a redução da escala de trabalho de 6x1 (seis dias de trabalho e um de folga) é uma ‘tendência no mundo inteiro’. No entanto, Alckmin, que também é ministro da Indústria, Comércio e Serviços, alegou que, no momento, o debate sobre o tema deva se limitar ao Congresso.

A proposta de redução da jornada de trabalho é discutida em um texto de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP). Para que a ideia se torne uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), são necessárias as assinaturas de 171 deputados. Até o momento, 134 parlamentares de diferentes espectros políticos já aderiram a proposta.

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“Isso não foi ainda discutido [pelo governo], mas acho que é uma tendência no mundo inteiro. À medida que a tecnologia avança, você consegue fazer mais com menos pessoas, então você ter uma jornada menor. Mas esse é um debate que cabe à sociedade e ao parlamento”, disse o vice-presidente em entrevista a jornalistas durante a Conferência do Clima (COP-29) realizada no Azerbaijão.

Oficialmente, o governo ainda não tem orientado os deputados sobre a pauta, apesar da maioria dos deputados que apoiam a proposta serem da base governista. A proposta já conta com a adesão do líder do governo na Casa.

Na segunda-feira (11), o Ministério do Trabalho (MTE) abordou o assunto e defendeu que o fim da escala de trabalho 6x1 seja tratado em convenções e acordos coletivos entre empresas e empregados.

O que diz o texto?

Segundo a PEC, a duração do trabalho não será superior “a oito horas diárias e trinta e seis horas semanais, com jornada de trabalho de quatro dias por semana”.

Atualmente, a Constituição define que a jornada de trabalho no Brasil não pode exceder oito horas diárias e 44 horas semanais.

A proposta também mantém, como é hoje, a possibilidade de uma compensação de horários e a redução da jornada, desde que haja acordo ou uma convenção coletiva de trabalho.

O texto estabelece ainda que a mudança só entrará em vigor 360 dias após a promulgação.

Em sua justificativa, Erika Hilton argumenta que a redução para uma jornada de 4 dias de trabalho segue uma tendência que já vem sendo adotada em outros países, visando a “necessidade de adaptação às novas realidades do mercado de trabalho e às demandas por melhor qualidade de vida dos trabalhadores e de seus familiares”.


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Repórter da Rádio Itatiaia em Brasília atuando na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas Gerais, já teve passagens como repórter e apresentador pela Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor do prêmio CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio.
Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.
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