O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), anunciou nesta terça-feira (29) apoio ao líder do Republicanos, Hugo Motta (PB), como seu sucessor no comando da Casa a partir de 2025.
Quem é Hugo Motta
Natural de João Pessoa (PB), Hugo Motta Wanderley da Nóbrega tem 35 anos. É médico formado pela Universidade Católica de Brasília e pertence a uma família com histórico na política. O avô paterno, Nabor Wanderley, foi prefeito da cidade de Patos (PB). O pai, Nabor Wanderley, é o atual chefe do Executivo da cidade e tenta se reeleger.
A avó materna, Francisca Motta, é deputada estadual da Paraíba e foi a primeira mulher a presidir a Assembleia Legislativa do estado. Ela também foi prefeita de Patos de 2013 a 2016. Já o avô materno, Edivaldo Motta, foi deputado federal, de 1987 a 1992, e deputado estadual na Paraíba por cinco mandatos, entre 1967 e 1987.
Motta foi eleito pela primeira vez em 2010, quando, aos 21 anos, foi o mais jovem a conseguir uma vaga na Câmara, pelo MDB. Ele está no quarto mandato consecutivo como deputado federal, sendo o parlamentar mais votado da Paraíba em 2022.
Em 2018, trocou o MDB pelo Republicanos, do qual é líder desde 2023. Presidiu a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, em 2014, e também comandou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, em 2015. É autor ou coautor de 1.523 propostas.
O deputado paraibano também relatou 66 proposições, como a PEC dos precatórios, que permitiu ao então governo Bolsonaro limitar o pagamento anual dessas dívidas e abriu espaço fiscal para bancar o então Auxílio Brasil, atual Bolsa Família.
Em abril de 2016, à época filiado ao PMDB, o congressista votou a favor da instauração do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Já na gestão de Michel Temer (MDB), em outubro de 2016, Motta votou favoravelmente à Proposta de Emenda à Constituição 241 de 2016, conhecida como PEC do teto dos gastos públicos.
O processo
Motta é considerado uma pessoa de bom trânsito entre parlamentares governistas e da oposição, apesar de também ser ligado a adversários de Lula, como o presidente do Progressistas, senador Ciro Nogueira (PP), e o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (Republicanos).
Para ser eleito presidente da Câmara, o candidato precisa garantir os votos favoráveis de 257 deputados, maioria absoluta da Casa. Caso isso não aconteça, os dois mais votados disputam um segundo turno, em que o mais votado vence.
Apoio do PT
Por enquanto, o Partido dos Trabalhadores adia sua decisão. Segundo o líder do partido, Odair Cunha (MG), a bancada tende apoiar a candidatura de Motta. “A conveniência política é que vai dizer o momento adequado e o processo de construção da bancada também”, afirmou ele.