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ANPD rejeita recurso da Meta e mantém decisão do governo que suspende uso de dados para treinar IA

Empresa fala em “retrocesso” e diz estar “desapontada” com decisão do governo brasileiro

Meta

A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) negou um recurso da Meta e manteve a decisão que suspende método de usar dados de brasileiros para treinar sistemas de inteligência artificial. Um despacho foi publicado nesta quarta-feira (10).

No último dia 2, o governo federal determinou que empresa, dona do Facebook, do Instagram e do WhatsApp, parasse de usar dados de usuários das plataformas para treinar seus sistemas de inteligência artificial, alegando que existem indícios de uso de dados pessoais “com base em hipótese legal inadequada, falta de transparência, limitação aos direitos dos titulares e riscos para crianças e adolescentes”. O despacho prevê multa de R$ 50 mil por dia de descumprimento.

Em resposta, a Meta afirmou que a decisão é um “retrocesso” e que está “desapontada”. “Nossa abordagem cumpre com as leis de privacidade e regulações no Brasil, e continuaremos a trabalhar com a ANPD para endereçar suas dúvidas. Isso é um retrocesso para a inovação e a competividade no desenvolvimento de IA e atrasa a chegada de benefícios da IA para as pessoas no Brasil”, afirmou a empresa em nota à Itatiaia. “Somos mais transparentes do que muitos participantes nessa indústria que tem usado conteúdos públicos para treinar seus modelos e produtos”.

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O órgão tomou a decisão após a Meta adotar novos termos de uso de redes que permitirem o uso de dados de publicações abertas de usuários. “Esta foi a primeira vez que adotamos uma medida efetiva, de natureza cautelar preventiva, justamente em função da existência de indícios de violação de direitos que pode gerar danos de difícil reparação ou irreparáveis”, afirmou a diretora da ANPD.

A Meta deverá apresentar ao governo: 1) documentação que ateste a mudança da Política de Privacidade dos serviços da empresa, para excluir esse trecho sobre o uso dos dados pessoais para treinar IAs generativas; 2) declaração assinada por representante legal atestando que o uso dos dados foi suspenso.


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Jornalista com trajetória na cobertura dos Três Poderes. Formada pelo Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb), atuou como editora de política nos jornais O Tempo e Poder360. Atualmente, é coordenadora de conteúdo na Itatiaia na capital federal.